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Gigante de pagamentos chinesa afirma que não tem planos de seguir o Facebook e emitir criptomoeda própria

O anúncio da Libra, criptomoeda do Facebook, continua repercutindo em todo o mundo. Embora tenha recebido elogios, muitas empresas já se manifestaram dizendo que não pretendem imitar a rede social. Uma delas é a chinesa Tencent.

De acordo com a Coindesk, Pony Ma, CEO da Tencent, controladora do popular aplicativo de mensagens sociais e pagamentos WeChat, disse nesta quarta-feira, 19 de junho, que acha que a regulamentação será o fator decisivo para o sucesso da iniciativa Libra do Facebook.

“A tecnologia [do Facebook] já está madura o suficiente, por isso não é difícil [implementar]. Agora, isso depende apenas da obtenção de aprovação regulatória”, escreveu Ma em uma conversa particular no WeChat.

O comentário da CEO foi capturado e posteriormente difundido entre os usuários da plataforma. A Tencent confirmou a autenticidade das declarações.

Tencent não considera emitir criptomoeda

Desde então, a Tencent não fez mais comentários sobre a Libra, mas a empresa relembrou uma observação feita por Ma em março de 2018, sobre a posição da empresa em relação aos criptoativos. E, no que depender dela, a Tencent não seguirá os passos do Facebook.

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“A grandeza da tecnologia blockchain depende de como ela é usada. A emissão de ofertas iniciais de moedas (ICOs) ou moedas digitais ainda oferecem muitos riscos. A Tencent não emitirá uma criptomoeda e não planeja se envolver com isso”, afirmou a CEO na época.

Da mesma forma, Eric Jing, CEO da Ant Financial, afiliada de pagamentos da gigante do e-commerce Alibaba, já havia declarado no ano passado que a empresa ficaria longe das criptomoedas, mantendo seus esforços no estudo da tecnologia de blockchain.

“Nossa posição sobre isso não mudou”, disse um porta-voz da empresa, horas antes de o Facebook revelar oficialmente o whitepaper da Libra.

A Ant Financial, que opera a AliPay, busca a expansão para mercados internacionais, em vez de emitir uma criptomoeda; a empresa prefere adotar uma estratégia convencional de parceria com operadores de pagamentos regionais, um a um, para oferecer serviços a usuários locais.

Obstáculos aos pagamentos com criptomoedas

As razões pelas quais as gigantes de pagamentos da China não planejam emitir criptomoedas poderiam ir além de questões regulatórias: em 2017, o banco central do país (PBoC) proibiu a realização de ofertas de criptomoedas.

Yan Meng, vice-presidente da Rede de Desenvolvedores de Software chinesa (CSDN), que se concentra em pesquisas econômicas para a maior comunidade de desenvolvedores do país, disse que a base de usuários fragmentada do Facebook – são mais de 2 bilhões de usuários em todo o mundo – não deixa uma escolha melhor do que usar blockchain e criptomoedas, a fim de evitar uma forma tradicional de lançar uma rede global de pagamentos.

“O Facebook simplesmente não pode criar uma rede de pagamentos global por meio de métodos tradicionais, que exigem a solicitação de uma licença e a preparação de reservas cambiais com bancos locais, um mercado após o outro”, disse Meng.

Tais métodos podem não ser replicáveis ​​para as empresas de pagamentos na China, argumentou, dado que seus usuários são predominantemente chineses, acostumados com uma única economia e a usar um só tipo de moeda fiduciária, com pouco ou nenhum alcance global.

Com base nos dados do Banco Popular da China, o volume de pagamentos por celular no país atingiu US$41,51 trilhões somente em 2018. Apenas o Alipay e o WeChat Pay responderam por mais de 90% do mercado. A título de comparação, esse valor é quase 10 vezes maior do que o PIB da Alemanha, a 4ª maior economia do mundo.

Atualmente, ambas empresas começaram a expandir seus serviços de pagamentos para vários mercados no exterior, incluindo Japão, Coreia do Sul e Cingapura.

Leia também: Criptomoeda do Facebook passará por avaliação de autoridades da União Europeia

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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