Em setembro deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) liberou uma instrução que facilitou a vida de quem deseja investir em criptoativos. A Instrução 555 estipulou que fundos nacionais estão autorizados a investirem indiretamente em criptoativos, por exemplo, via aquisição de cotas de fundos e derivativos, entre outros ativos negociados em terceiras jurisdições – desde que admitidos e regulamentados naqueles mercados.
Após o anúncio, a expectativa do mercado voltou-se para quem seria a primeira empresa a lançar esse produto no Brasil.
A Genial Investimentos, empresa sócia da exchange de criptomoedas FlowBTC, anunciou, em parceria com o banco Brasil Plural, o lançamento do primeiro fundo de investimentos em criptoativos do Brasil.
O fundo, intitulado BLP Criptoativos FIM, é um fundo classificado como multimercado de investimento no exterior. De acordo com o regulamento, que será administrado pelo banco Brasil Plural (outro acionista da FlowBTC), seu objetivo é “obter rentabilidade superior à taxa do Certificado de Depósito Interbancário – CDI a longo prazo”.
O fundo poderá investir seus recursos não aplicados no fundo investido em quaisquer outros ativos financeiros permitidos pela regulamentação e legislação aplicáveis, assim como determina a instrução da CVM.
Segundo Eduardo Salvatore, chefe de desenvolvimento de negócios da FlowBTC, a composição do fundo não será apenas em criptoativos, visto que a instrução coloca um limite máximo de 20% do patrimônio do fundo que pode ser alocado nessa classe.
“20% dos ativos do fundo estarão aplicados em cotas do Genesis Block Fund (fundo no exterior sob gestão da BLP Asset) e os 80% restantes em LFTs.”, afirmou Salvatore.
O fundo terá como índice base o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e seu objetivo será superar os 100% desse índice. Sobre quais criptoativos serão adquiridos pelos gestores, Salvatore afirmou:
“Não se tem acesso à estratégia do fundo, isto é, a basket de criptomoedas investidas. Porém, existe uma preferência dos gestores pelas 20 criptomoedas mais líquidas.”
O fundo Genesis Block Fund, por sua vez, tem do seu patrimônio investido em criptoativos dos quais 80% dos ativos estão concentrados nas 10 maiores moedas (por valor de mercado) e os 20% restante em criptoativos com market cap menores, e eventualmente em alguns ICOs (Initial Coin Offering).
Sobre as taxas, o regulamento do fundo traz as seguintes informações:
“O valor total das taxas do fundo é de 1.50% a.a., sendo 1.48% da taxa de administração e 0,02% da taxa de custódia. Já a taxa de performance é 20% sobre o que exceder 100% do CDI.”
Salvatore também falou sobre o pioneirismo da Genial Investimentos e a importância de um fundo de investimentos para o mercado brasileiro de criptoativos.
“É natural, o interesse dos clientes em produtos desta natureza está cada vez maior. Desse modo, as corretoras mais atentas se adiantam para oferecer mais essa forma de investimento aos seus clientes. Do outro lado, os fundos de investimentos estão procurando as criptomoedas para diversificar portfólio e ter uma maior exposição à volatilidade. A Genial Investimentos e o Banco Brasil Plural, acionistas da FlowBTC, estão se mostrando pioneiras nesta linha.”
“Do ponto de vista da FlowBTC, é um passo importante que traz investidores institucionais para o cenário, mudando um pouco o perfil do investidor de criptomoedas. Saindo dos clássicos early adopters para um perfil mais heterogêneo. De qualquer maneira, é um movimento que traz um maior volume investido no mercado e beneficia o ecossistema como um todo”, finalizou.
O fundo já está disponível para aplicações. Embora seja classificado como um fundo de investimento no exterior, ele é aberto para o público em geral. Para conhecer mais, basta acessar o link do fundo e seu regulamento.
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