Economia

Genesis faz acordo em NY, perde licença e pagará multa de US$ 8 milhões

O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (DFS) planeja anunciar nesta sexta-feira (12) um acordo com a Genesis Global Trading, subsidiária do grande conglomerado de criptomoedas Digital Currency Group (DCG), conforme noticiou a Fortune.

O suposto acordo chega após uma investigação que encontrou falhas significativas nos programas de combate à lavagem de dinheiro e cibersegurança da Genesis. Dessa forma, a empresa teria concordado em entregar sua BitLicense – a licença de operações de Nova York -, encerrar operações e pagar uma multa de US$ 8 milhões.

“O fracasso da Genesis Global Trading em manter um programa de conformidade funcional demonstrou desrespeito pelos requisitos regulatórios do Departamento e expôs a empresa e seus clientes a ameaças potenciais”, disse a Superintendente Adrienne Harris em comunicado compartilhado com a Fortune.

Ascensão e queda da Nova York

Fundada em 2015, o DCG, dono da Genesis, desempenhou um papel crucial no crescimento das criptomoedas nos EUA. A Genesis Global Trading, entidade distinta da Genesis Global Capital, serviu como parte essencial desse “império” de ativos digitais.

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Em 2022, a DCG ficou no centro do colapso das criptomoedas, enfrentando escrutínio regulatório de agências estaduais e federais. Isso porque o braço de empréstimos da Genesis se envolveu com empresas falidas, incluindo o fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC) e a Alameda Research de Sam Bankman-Fried. Isso resultou na falência da empresa no início de 2023.

A Genesis enfrentou processos da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e do Gabinete da Procuradoria-Geral de Nova York por supostamente oferecer títulos não registrados.

Detalhes do acordo com o DFS

Conforme informou a Fortune, o DFS conduziu duas análises da Genesis – uma de maio de 2018 a março de 2019 e outra de abril de 2019 a março de 2022.

Nessas análises, encontrou deficiências nos programas de combate à lavagem de dinheiro e cibersegurança. Além disso, descobriu que a Genesis havia direcionado “pouco esforço ou recursos” para resolver essas deficiências, apesar do crescimento significativo nos negócios. Por fim, após nova fiscalização, o DFS descobriu que a Genesis violou as regulamentações de moeda virtual e cibersegurança.

Então, o departamento determinou que a Genesis não concluiu uma avaliação de riscos que atendesse aos seus requisitos até 2022. Isso significa que a empresa nunca teve controles adequados para lidar com os “altos riscos inerentes” de certos produtos.

Ao mesmo tempo, a Genesis não fez divulgações suficientes aos seus clientes, incluindo detalhes como a quantidade e o tipo de transações. Também deixou de documentar políticas de combate à lavagem de dinheiro que identificariam transações incomuns ou suspeitas.

O DFS descobriu ainda que os relatórios de atividade suspeita que a Genesis enviou não atendiam aos seus padrões, entre outras irregularidades.

Como parte do acordo, a Genesis concordou em pagar uma multa de US$ 8 milhões, com o valor relativamente baixo refletindo a cooperação da Genesis durante a investigação e os esforços para atualizar seus programas. Ainda assim, a Genesis concordou em encerrar todas as operações em Nova York e entregar sua BitLicense.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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