Genbit compara seu token ao do Telegram em vídeo publicado

A Genbit é uma plataforma de investimento que desde 2019 não paga os rendimentos prometidos aos seus investidores. O Ministério Público de São Paulo, inclusive, moveu uma ação civil pública contra a empresa.

O grupo ao qual ela pertence, o Tree Part Group, prometeu ressarcir todos por meio do Treep Token (ou TPK). Segundo o grupo, o token poderá ser utilizado em diversos pontos de venda, e os investidores da Genbit poderão usar os saldos convertidos em TPK para pagar por bens e serviços.

Por meio de um vídeo publicado no fim de 2019 e que recentemente veio à tona sobre o Treep Token, a empresa compara o mesmo com o Gram, token do Telegram que ainda não foi disponibilizado ao público, e ao Basic Attention Token (BAT) do navegador Brave – que possui uma premissa completamente diferente daquela pretendida pelo TPK.

Três maiores tokens do mundo

O vídeo compara ainda o TPK com a Tether, stablecoin emitida pela empresa de mesmo nome. Junto com Gram e BAT, são considerados na peça como “três maiores tokens do mundo”.

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Uma das maiores qualidades de um token, segundo a peça publicitária, é a sua comunidade, algo que torna o Gram o maior token do mundo. Importante ressaltar que o Gram está sofrendo represálias da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) por ainda não ter cumprido o que se propôs.

É então utilizada a oferta inicial de moedas (ICO) realizada pela BAT, que angariou US$35 milhões. O fato de 30% dos tokens serem reservados para o crescimento do projeto também foi mencionado no vídeo.

Quanto à Tether, menciona o lastro no dólar estadunidense, embora não explique qual é o objetivo do projeto – falhando em explicar o que é uma stablecoin e focando na parte de estabilidade que uma criptomoeda deste tipo pode dar. O vídeo também não explica que a suposta estabilidade da Tether já foi alvo de polêmicas, como quando a empresa alterou seu site para afirmar que “quase todo” o suprimento de tokens era lastreado em dólares.

Por fim, é feito um amarrado afirmando que todas as qualidades mencionadas – estabilidade, reserva de crescimento e amparo em uma empresa, e estabilidade – estão presentes no Treep Token. O Tree Part Group afirma por meio do vídeo que o TPK será lastreado na cotação do dólar estadunidense, embora não mencione que basear um token na cotação de um ativo ou moeda fiduciária não é sinônimo de garantia de lastro.

Assim como vem fazendo em relação aos atrasos nos pagamentos, a Genbit afirma no meio do vídeo que tudo o que o Treep Token precisa é de uma comunidade “engajada, segura e confiante” no sucesso das propostas.

Segundo a frase final do vídeo:

“O futuro está apenas começando!”

A ansiedade já começou

Os clientes da Genbit, que não recebem desde o ano passado, continuam ansiosos sobre o que o futuro reserva. Nivaldo Gonzaga, CEO do grupo, já se pronunciou publicamente sobre a ação civil pública movida pelo Ministério Público de São Paulo, afirmando na oportunidade que era apenas uma “turbulência que irá passar”.

Além disso, Gonzaga pediu “perdão” aos investidores por conta das dificuldades enfrentadas, prometendo mais uma vez que o ecossistema planejado pelo Tree Part Group já estavam em sua “fase final” antes da implementação.

Assim como no vídeo, ele pede a “colaboração de todos para o bem”. Apesar da proposta do Treep Token e as supostas parcerias com estabelecimentos, nada de concreto foi apresentado aos investidores, que permanecem ansiosos sobre o futuro que está apenas começando.

Leia também: Investidores da ICO do Telegram poderão ser reembolsados caso TON não seja lançada até 30 de abril

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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