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Fundo DeFi é acusado de desviar R$ 50 milhões em UNI

Um fundo intitulado DeFi Education Fund recebeu US$ 20 milhões em tokens UNI através da plataforma de governança da Uniswap (UNI). O dinheiro deveria ser utilizado para desenvolvimento de projetos educacionais e, no entanto, o fundo vendeu o equivalente a US$ 10 milhões (R$ 50 milhões).

A venda repentina despertou suspeitas da comunidade a respeito de uma suposta má-fé por parte dos gestores do fundo. Afinal, o fundo buscava reunir recursos “para engajamento político, educacional e jurídico” em nome do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi).

Entenda o caso

Apesar da forte valorização no preço do token, as utilidades da Uniswap vão além do token UNI e da exchange descentralizada. Os detentores do token podem participar da governança do Uniswap e votar em diferentes propostas.

Nesse sentido, o DeFi Education Fund levou sua proposta para a rede. O fundo se apresentou como uma plataforma para levar engajamento político e educacional sobre DeFi. Além disso, a plataforma contou com o apoio da Harvard Law Blockchain & Fintech Initiative (HarvardLawBFI).

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Ou seja, o projeto contava com um plano sólido e um apoio de peso. Portanto, os membros da Uniswap aprovaram a proposta por ampla maioria. Como resultado, o fundo recebeu um aporte de dois milhões de tokens UNI.

O pagamento foi realizado por meio de um endereço Ethereum, e os dados do explorador de blocos Etherscan confirmam a venda dos tokens. O endereço Ethereum associado ao DeFi Education Fund detém atualmente cerca de US$ 10,2 milhões em USDC e US$ 9,8 milhões em tokens UNI, o token nativo do Uniswap.

Logo, metade do capital do fundo foi convertido em USDC. Porém, o valor total ainda não foi gasto pela equipe.

Suspeitas e avaliação

Enquanto isso, vários usuários suspeitam de crime ou de má-fé, visto a contradição da equipe do fundo. Inicialmente, foi dito que os dinheiro seria alocados nos próximos quatro ou cinco anos. Assim, garantiu o fundo, não haveria riscos de impactar o mercado com uma venda em massa.

Todavia, o fundo acabou vendendo metade de seus tokens UNI logo após recebê-lo. Tal venda não causou um grande impacto no preço – o UNI registra queda de 2,83% no momento da produção deste texto.

Um projeto enfrenta três fases principais antes de ser aprovado pela Uniswap. A primeira é a verificação de temperatura, seguidas da verificação de consenso e, por fim, a proposta de governança. O fundo recebeu aprovação nas três categorias sem qualquer identificação de fraudes.

Apropriação de fundos?

Ainda assim, muitos analistas criticaram a aprovação. Para, Robert Leshner, cofundador da Compound, a proposta carecia de muitos “detalhes cruciais” e deveria ser muito mais clara para evitar transformar o tesouro da Uniswap em “um fundo secreto”.

E não para por aí. Outra acusação é de que os advogados responsáveis pelo fundo criaram um esquema de auto-remuneração, utilizando o dinheiro para pagar a si próprios. Esta medida foi denunciada por um usuário da comunidade.

Ao mesmo tempo, o analista de pesquisa Igor Igamberdiev descobriu que Larry Sukernik, consultor da Orca Protocol, vendeu 500 mil tokens UNI cinco horas antes da venda feita pela HarvardLawBFI. Sukernik era uma das pessoas presentes na lista de candidatos potenciais a conselheiro do fundo.

Sukernik respondeu afirmando que os tokens foram provenientes de um fundo de doação. “Os UNIs que vendi em meu endereço veio de uma doação que um grupo de nós recebeu algumas semanas atrás. Quando percebi que recebemos, vendemos por USDC para enviá-lo às pessoas”, afirmou.

Já a HarvardLawBFI negou pagamentos extras a funcionários e destacou que há um teto salarial de US$ 150 mil por ano. Por fim, o grupo afirmou que a maioria dos funcionários trabalha pro bono, ou seja, sem receber pagamento.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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