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Funcionários da FTX descobriram ‘saída secreta’ de fundos para Alameda antes do colapso

Alguns funcionários da exchange de criptomoedas “falida” FTX, baseados nos Estados Unidos, tomaram conhecimento sobre a suposta “saída secreta” que a Alameda Research- empresa-irmã da FTX – usava para retirar fundos dos clientes.

Foi o que revelou uma reportagem do The Wall Street Journal (WSJ) publicada nesta quinta-feira (05). Eles descobriram o “backdoor” pouco antes do colapso da exchange, em novembro do ano passado.

De acordo com a reportagem, os funcionários encontraram esse “backdoor” enquanto examinavam a viabilidade de replicar o código usado pela FTX International para a FTX.US, unidade da exchange nos EUA. Esses funcionários faziam parte da equipe LedgerX, adquirida pela FTX em 2021.

Mas a descoberta não passou despercebida. Segundo o WSJ, após descobrirem a “porta secreta”, os funcionários alertaram Zach Dexter, o CEO da empresa.

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“Só queria ressaltar que atualmente existem alguns lugares na base de código onde Alameda recebe tratamento especial de uma forma ou de outra”, escreveu Jim Outen, funcionário da LedgerX, em uma mensagem em maio de 2022 vista pelo WSJ.

Dexter supostamente encaminhou esta informação para Nishad Singh, o diretor de engenharia da FTX. No entanto, ao que parece, ninguém resolveu a situação e a “saída secreta” continuou aberta. Ainda conforme a reportagem, Julie Schoening, diretora de risco da LedgerX, que alertou sobre o caso, acabou sendo afastada em agosto de 2022 supostamente por enviar “mensagens inapropriadas” a outros funcionários.

Executivos da FTX sabiam do uso de fundos de clientes

Contudo, a nova proprietária da LedgerX, a Miami International Holdings, negou que seus funcionários soubessem do backdoor:

“Após uma investigação interna completa, a LedgerX não encontrou nenhuma evidência de que algum de seus funcionários estivesse ciente de qualquer código relatado que permitisse à Alameda tomar ativos de clientes da FTX e nega firmemente qualquer alegação em contrário.”

O relatório surge na sequência de declarações anteriores de executivos da FTX e da Alameda, confirmando seu conhecimento sobre uso de fundos dos clientes.

Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, teria dito a alguns funcionários que ela, Nishad Singh e Gary Wang sabiam da transferência de fundos de clientes para a Alameda. Estima-se que, ao todo, a Alameda “pegou emprestados” US$ 10 bilhões em fundos.

A nova revelação chega no momento em que o fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, enfrenta julgamento nos EUA por conspiração, fraude e outros crimes. Mas ele se declara inocente de todas as acusações.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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