Economia

FTX gasta R$ 580 milhões em honorários, mas clientes seguem sem receber

A FTX colapsou em novembro do ano passado e precisou solicitar recuperação judicial. Desde então, a nova gestão da empresa tem gastado uma fortuna com honorários e outros serviços jurídicos. Enquanto isso, os clientes lesados pela crise da exchange seguem sem receber os valores devidos.

De acordo com dados compilados pela The Block Research de documentos recentes apresentados por consultores da FTX, entre os dias 1º de fevereiro e 30 de junho, os gastos totais com serviços jurídicos passam de US$ 121,8 milhões. Ou seja, mais de R$ 580 milhões na cotação atual em reais em um período de cerca de cinco meses.
FTX gasta fortuna com despesas jurídicas.

FTX gasta fortuna com despesas jurídicas

Só os advogados da FTX do escritório Sullivan & Cromwell cobraram da exchange falida um total de US$ 37,6 milhões no período. Em termos percentuais, isso equivale a 30,9% de todos os honorários e despesas da FTX.
O banco de investimento Jefferies foi a instituição que cobrou o menor valor: cerca de 0,6% do total de taxas e despesas.

Enquanto isso, os consultores de reestruturação da Alvarez e Marsel cobraram US$ 37 milhões. As despesas totais, que passaram de US$ 1,1 milhão, incluíram mais de US$ 50 mil em refeições e cerca de US$ 150 mil em hospedagem.

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Conforme destacou o The Block Research, as reivindicações e compensações dos consultores de reestruturação estão em uma posição “super sênior”. Isso quer dizer que esses créditos têm prioridade sobre outros, incluindo depósitos de clientes:

“Como consultores de reestruturação, suas reivindicações e compensações estão acima de outras reivindicações e são ‘super seniores’ no pacote de reivindicações não garantidas, que inclui depósitos de clientes”, disse Greg Lim, da The Block Research.

No início deste ano, John Ray III, atual CEO da FTX, apontou que o processo de reembolso para os credores provavelmente ocorreria após dois anos com base na recuperação de quase US$ 5 bilhões dos US$ 8 bilhões perdidos.

Conforme noticiou o CriptoFácil, a nova gestão da FTX também não desistiu de reabrir a exchange. Documentos revelaram que John Ray desenvolveu diversas atividades nos últimos meses que parecem estar relacionadas com o plano de reinicialização da FTX. Em abril, Ray já tinha dado a entender que a exchange poderia retomar as suas atividades no segundo trimestre de 2024.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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