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O ano de 2022 foi de perdas para as criptomoedas e para os empresários do setor. Em um ano de muita turbulência, com colapsos, crises, falências, grandes desvalorizações, golpes e até prisões, 17 dos investidores e fundadores mais ricos da cripto perderam, juntos, cerca de US$ 116 bilhões (R$ 601 bilhões) em riqueza pessoal desde março, de acordo com as estimativas da Forbes.
Além disso, 15 deles perderam mais da metade de sua fortuna nos últimos nove meses. Outros dez perderam completamente o status de bilionários, segundo a Forbes.
Changpeng Zhao (CZ), o bilionário CEO da Binance, por exemplo, perdeu 93% de seu patrimônio líquido. Conforme as estimativas da Forbes, CZ tinha – há nove meses – US$ 65 milhões em patrimônio líquido e agora tem cerca de US$ 4,5 bilhões. Para estes cálculos, a Forbes leva em conta que CZ tem uma participação estimada de 70% na Binance.
Embora ainda seja o mais rico do setor, CZ tem muito a perder, segundo a Forbes. Isso porque a Binance, exchange sob sua liderança, é alvo de investigações por autoridades da Europa e dos Estados Unidos sobre alegações de facilitar a lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. A Binance nega irregularidades.
“Somos uma organização única, não temos empréstimos de nenhuma outra organização”, disse CZ. “Vamos provar que todo o FUD [medo, incerteza e dúvida] está errado.”
O CEO da Binance também esteve envolvido, de alguma forma, com o colapso da FTX – exchange rival da Binance – no mês de novembro. Antes da FTX entrar com pedido de recuperação judicial, CZ tuitou que a Binance venderia toda a sua participação no token FTT da FTX. Isso e outras evidências de uma crise com a corretora causou uma corrida por saques e resultou no colapso da exchange.
A “falência” da plataforma fez com que seu fundador, o ex-bilionário Sam Bankman-Fried, perdesse toda a sua fortuna. De acordo com a Forbes, o patrimônio líquido de SBF caiu de US$ 24 bilhões em março para zero. O executivo chegou a ser a segunda pessoa mais rica em criptomoedas. Mas agora, ele enfrenta diversas acusações de fraude e está falido.
Quem também perdeu toda a sua fortuna foi Barry Silbert, chefe do conglomerado de criptomoedas Digital Currency Group (DCG). O patrimônio líquido de Silbert caiu de US$ 3,2 bilhões para zero, segundo a Forbes.
Um dos principais ativos do DCG, a unidade de empréstimo cripto Genesis Global Capital, deve aos credores pelo menos US$ 1,8 bilhão, de acordo com fontes da Reuters.
“A Forbes estima que o valor atual da participação de 40% de Silbert na DCG seja de aproximadamente US$ 0. Os investimentos pessoais de Silbert não puderam ser determinados”, disse a agência de notícias.
Cameron e Tyler Winklevoss, os bilionários da Gemini também perderam boa parte de sua fortuna neste “inverno cripto”. De acordo com a Forbes, o patrimônio líquido dos irmãos caiu mais de 72%, de US$ 4 bilhões em março para US$ 1,1 bilhão agora.
Brian Armstrong, CEO da plataforma Coinbase, também viu seu patrimônio se esvair. A Forbes estima que Armstrong perdeu 75% de seu patrimônio, que era de US$ 6 bilhões em março e agora é de US$ 1,5 bilhão. As ações da Coinbase caíram 64% desde agosto e mais de 95% desde seu IPO de US$ 100 bilhões em abril de 2021, destruindo grande parte da fortuna de Armstrong.
Por outro lado, quem conseguiu reter boa parte de sua fortuna foi Jed McCaleb, cofundador da empresa de cripto Ripple. Em março ele tinha um patrimônio de US$ 2,5 bilhões e hoje este valor é de US$ 2,4 bilhões.
Mas quem não conseguiu fazer o mesmo foi Chris Larsen, o outro fundador e presidente do conselho da Ripple. Ele perdeu mais de US$ 2 bilhões este ano, devido à queda no preço do XRP. O seu patrimônio caiu de US$ 4,3 bilhões para US$ 2,1 bilhões.
Por fim, os que perderam o status de bilionário foram: SBF e Gary Wang da FTX; Barry Silbert do DCG; Nikil Viswanathan e Joseph Lau da Alchemy; Devid Finzer e Alex Atallah da OpenSea; Fred Ehrsam da Coinbase; e Michael Saylor e Tim Draper de suas fortunas em Bitcoin.
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