Economia

FMI diz que banir criptomoedas ‘pode não ser eficaz a longo prazo’

O Fundo Monetário Internacional (FMI) sempre foi um forte crítico das criptomoedas. Quando El Salvador adotou o Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal, por exemplo, a organização internacional sugeriu fortemente que o país abandonasse a ideia.

O FMI também tentou desencorajar o uso das criptomoedas na Argentina. Mas agora, economistas da organização publicaram um artigo afirmando que banir criptomoedas pode não ser uma estratégia eficaz a longo prazo.

Rina Bhattacharya, Dmitry Vasilyev e Mauricio Villafuerte, chefe de divisão do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, assinam o artigo. O texto trata do uso de criptomoedas e moedas digitais de banco central (CBDC) em países da América Latina e Caribe (LAC).

FMI aborda adoção das criptomoedas

De acordo com os economistas, países do LAC estão na vanguarda da adoção do dinheiro digital. Nesse sentido, oferecem “lições valiosas para o resto do mundo”. O artigo destaca sobretudo El Salvador, primeiro país do mundo a conceder status de curso legal ao Bitcoin.

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Além disso, menciona que vários países da região estão avançando com a implementação de CBDCs. Essas moedas, segundo o FMI, visam melhorar a inclusão financeira, a resiliência dos sistemas de pagamento e reduzir os custos das remessas transfronteiriças.

“As Bahamas foram pioneiras na introdução de uma CBDC com o Sand Dollar em 2020, e a União Monetária do Caribe Oriental (ECCU) e a Jamaica seguiram o exemplo. O projeto CBDC do Brasil também está em estágio avançado de Prova de Conceito, buscando aprimorar a ‘tokenização de ativos’ transformando ativos, como imóveis, ações e commodities, em representações digitais para facilitar sua transferência e aumentar sua liquidez”, destaca o texto.

Os economistas também observam que Brasil, Argentina, Colômbia e Equador estão entre os 20 primeiros na adoção global de criptoativos. Para os autores, essas nações buscam os benefícios que os ativos digitais alegam oferecer, incluindo proteção contra condições macroeconômicas, contorno de controles de capital, inclusão financeira, entre outros.

Regulamentação das criptomoedas

O relatório pontua ainda os avanços regulatórios par criptomoedas nesses países. Conforme observam os economistas, enquanto El Salvador trata o Bitcoin como moeda legal, outros países como Argentina e República Dominicana proibiram o uso de criptoativos devido a preocupações sobre seu impacto na estabilidade financeira.

Os economistas destacam que a adoção das criptomoedas apresenta inúmeros desafios e riscos, principalmente para países vulneráveis. Segundo eles, o FMI forneceu orientações sobre os principais elementos de uma resposta política apropriada para mitigar os riscos e, ao mesmo tempo, aproveitar os benefícios potenciais da inovação tecnológica associada aos criptoativos.

Na conclusão, o trio afirmou que embora alguns países tenham banido os criptoativos devido aos seus eventuais riscos, essa ação pode não ser a mais adequada:

“Essa abordagem pode não ser eficaz a longo prazo. Em vez disso, a região deve se concentrar em abordar os impulsionadores da demanda por cripto, incluindo as necessidades de pagamento digital não atendidas dos cidadãos, e em melhorar a transparência, registrando as transações de criptoativos nas estatísticas nacionais.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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