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Filial do banco central dos EUA adiciona índices de criptomoedas. Entenda o que isso representa ao ecossistema

O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, possui uma particularidade: diversas cidades do país possuem sucursais do banco, as quais funcionam como se fossem filiais, e gozam de uma relativa autonomia em relação à sede do órgão, localizada em Washington D.C. Recentemente, uma dessas sucursais fez um importante anúncio envolvendo ativos digitais nesta semana.

Segundo o portal CCN, a Federal Reserve Economic Data (FRED), base de dados com sede na sucursal do FED da cidade de Saint Louis (no estado do Missouri), a qual é responsável pela divulgação de diversos índices econômicos, anunciou a inclusão de índices de preços de quatro ativos digitais: Bitcoin, Ether, Bitcoin Cash e Litecoin, com dados de Bitcoin remontados desde o ano de 2014.

Veja abaixo um modelo de tabela do FRED mostrando os preços do Bitcoin desde 2017:

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Os dados sobre os preços dos ativos são obtidos através da exchange Coinbase, que possui sede na cidade de São Francisco, EUA, e atualizados todos os dias às 17h, horário local.

Ainda segundo a CCN, o FED de St. Louis poderá adicionar dados de preços para do Ethereum Classic (ETC) assim que a Coinbase listá-lo formalmente em sua plataforma, algo que a exchange afirmou que ocorrerá em breve.

FED e ativos digitais: uma relação complicada

A filial de St. Louis do Federal Reserve mostrou-se surpreendentemente aberta aos ativos digitais, tanto como uma tecnologia quanto como uma classe de ativos. E essa postura é compartilhada por altos membros da administração do órgão.

O governador da unidade do órgão em St. Louis, James Bullard, falou recentemente na edição deste ano da Consensus, maior conferência sobre criptomoedas do mundo, realizada em maio em Nova York. Embora, na época, seu tom não tivesse sido tão otimista, seus comentários vislumbraram um futuro no qual os ativos digitais podem vir a desempenhar um papel importante. Ele expressou preocupação de que tais ativos possam fazer com que o mercado monetário retorne a um “sistema não uniforme”, como existia nos séculos passados.

“As criptomoedas podem, inadvertidamente, estar indo na direção errada ao tentarem resolver um problema social importante, que é a melhor maneira de facilitar as trocas de mercado”, disse ele.

Além disso, o FED de St. Louis publicou um artigo no início deste ano no qual observou que o Bitcoin não é realmente tão diferente de “moedas comuns” como o dólar americano e o euro. Especificamente, o FED disse que tanto o Bitcoin quanto o dólar não possuem lastro, são escassos e – pelo menos no caso de dinheiro vivo – descentralizados.

No entanto, os funcionários de outros ramos do FED têm sido menos amigáveis ​​em relação ao tema. Raphael Bostic, que dirige a sucursal do Federal Reserve de Atlanta, alertou os jovens em uma recente conferência a não investir em ativos digitais, que ele comparou a “itens colecionáveis”.

O presidente do FED de Minneápolis, Neel Kashkari, disse em maio que o mercado de ativos digitais “se tornou uma farsa” e que a tecnologia blockchain é “provavelmente mais interessante e tem mais potencial” que o Bitcoin em si.

Enquanto isso, o FED de São Francisco divulgou um relatório que argumentava que o valor real do Bitcoin é de US$1.800, um número que, segundo a análise do banco, se correlaciona aproximadamente com o custo de mineração de um Bitcoin. O banco chegou à essa cifra ao realizar uma análise de valor do Bitcoin por métricas similares às aplicadas freqüentemente às commodities como ouro e petróleo.

Como podemos ver, a relação do banco central dos Estados Unidos com os ativos digitais, em especial o Bitcoin, possui altos e baixos. Uma inclusão de índice de preços na instituição, ainda que seja apenas por uma de suas filiais, pode representar um grande passo para o reconhecimento do importante papel que esses ativos representam na nova economia – e aumentar o interesse e disposição dos investidores em alocar parte de seu patrimônio na compra de Bitcoin ou outras moedas digitais.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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