Categorias Notícias

Fernando Haddad mistura conceitos ao criticar a Ley Bitcoin de El Salvador

O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência da República Fernando Haddad foi o mais recente crítico da Ley Bitcoin de El Salvador. Através de seu Twitter, o político compartilhou uma notícia da Folha de São Paulo em tom de crítica.

A matéria em si faz alusão ao fato de que o país será o primeiro a adotar o Bitcoin (BTC) como moeda oficial. No entanto, Haddad acredita que isso resultará em riscos para o país.

“Se nada for feito, os países da América Latina perderão um a um a soberania sobre suas moedas. Os EUA desejam um euro sem UE, isto é, uma AL dolarizada com um muro nos separando do norte. O pior cenário. Só um Brasil insubmisso pode refrear essa tendência”, disse Haddad.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Ex-prefeito recebe críticas por desconhecimento

À primeira vista, é possível notar uma aparente confusão feita por Haddad em seu comentário. O ex-prefeito parece relacionar uma suposta “dolarização” da América Latina com a aceitação do BTC como moeda corrente em El Salvador. Contudo, tal relação não faz nenhum sentido.

De fato, o país da América Central utiliza o dólar estadunidense como moeda oficial, o que deixa sua política monetária dependente dos EUA. Mas utilizar o BTC não gera nenhuma dependência a El Salvador. Pelo contrário, adotar a criptomoeda significa ter liberdade monetária em relação a qualquer outro país.

Aliás, esse aparente desconhecimento sobre como funciona o BTC foi alvo de várias críticas a Haddad no Twitter. Um usuário argumento que, ao contrário do que Haddad disse, o BTC é um meio de proteção contra o “imperialismo” dos Estados Unidos.

“Ninguém pode controlar o bitcoin! É a moeda do povo para o povo! Vocês que são contra imperialismo deveriam ser a favor. A não ser que queiram apenas controlar o povo através das finanças. Ops, é isso que dói, né?” argumentou o usuário.

Cabe destacar que segundo uma pesquisa da Chainalysis, 18 das 20 nações que mais adotam o BTC no mundo são pobres. Entre elas estão economias como Afeganistão e Nigéria, países cuja população sofre com alta inflação e guerras infindáveis.

Nesse sentido, o BTC fornece uma alternativa a esses cidadãos, uma rota de fuga contra hiperinflação, confiscos e outras medidas arbitrárias praticadas pelos próprios governos. O BTC é uma ferramenta de liberdade para quase um terço da população da Terra.

El Salvador adotará BTC esta semana

A partir da terça-feira (7), o BTC se tornará a moeda oficial de El Salvador. O país comandado por Nayib Bukele será a primeira nação do mundo a tomar esta atitude. O BTC será adotado juntamente com o dólar, cabendo a cada indivíduo decidir qual das duas moedas deseja utilizar.

Para estimular o uso do BTC, o governo dará US$ 30 em BTC para cada cidadão de El Salvador, distribuídos através da carteira oficial Chivo. A chamada Ley Bitcoin entrará totalmente em vigor a partir das 19h (horário de Brasília).

Apesar da crítica ao BTC, o próprio Fernando Haddad já fez uso da tecnologia blockchain em 2018, quando registrou seu plano de governo com o uso da tecnologia. O registro visava evitar a disseminação de notícias falsas sobre suas propostas durante a campanha presidencial daquele ano.

Leia também: Socorro a bancos pode custar R$ 30 bilhões à B3 e Banco Central

Leia também: Mercado Bitcoin e Corinthians fecham patrocínio até fim de 2022

Leia também: Brasil é o segundo país do mundo que mais utiliza a Lightning Network

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.