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FED reforça caráter deflacionário do Bitcoin ao mostrar cotação de ovos em satoshis

De acordo com os detratores do Bitcoin (BTC), a criptomoeda não serve como reserva de valor nem unidade de conta. No entanto, o Federal Reserve parece discordar desta avaliação, visto que o banco publicou pela primeira vez a cotação de um produto na criptomoeda.

A pesquisa, intitulada Comprando ovos com Bitcoin: um olhar na volatilidade da criptomoeda, foi elaborada pela unidade de St. Louis.

Ao que tudo indica, o Fed planejava criticar a volatilidade do BTC mostrando um aumento no preço dos ovos. Contudo, o banco acabou sendo criticado pela atitude, especialmente por quem analisou os preços em um horizonte de prazo mais longo.

Ovos mais baratos no padrão Bitcoin

A publicação traz a evolução do preço de uma dúzia de ovos cotada em satoshi, a menor unidade do BTC, em um gráfico que começa desde janeiro de 2021. O gráfico mostra que o preço da dúzia saiu de 0,0004 BTC para 0,0006 BTC em abril de 2022.

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Evolução no preço da dúzia de ovos em satoshis. Fonte: FED St. Louis.

Ao que tudo indica, o FED de St. Louis quis mostrar com isso que o BTC não é um ativo de proteção contra a inflação. E de fato, o preço da dúzia de ovos subiu 50% em satoshis durante o período analisado.

No entanto, o gráfico também serve para comparar prazos mais longos. E aí o BTC de fato se mostra superior.

Ao analisar o preço dos ovos em satoshis em 2018, por exemplo, uma dúzia custava cerca de 0,0043 BTC. Pouco mais de três anos depois, o preço caiu para os atuais 0,0006 BTC. Ou seja, quem adotou o padrão Bitcoin pagou 86% mais barato nos ovos em um período de 40 meses.

FED procurou “pelo em ovo”?

O nome do relatório a princípio soa enviesado. E dada a escolha de tempo, o relatório parece criticar uma suposta volatilidade e risco do BTC.

Inicialmente, o FED de St. Louis mostrou o preço dos ovos em dólares desde janeiro de 2021. Nesse sentido, o alimento encareceu quase 58%, com o preço médio subindo de US$ 1,47 até US $ 2,52.

Em seguida, o banco multiplicou o preço em 100 milhões, já que 100 milhões de satoshis formam um BTC. No mesmo período, o preço variou entre 0,0004 BTC para 0,0006 BTC.

Mesmo registrando aumento, o preço em BTC cresceu “apenas” 50% neste período avaliado pelo Fed. Portanto, uma alta de oito pontos percentuais a menos do que em dólares.

Contudo, o ponto principal é que o relatório queria mostrar o BTC como mais volátil e imprevisível quando comparado ao dólar. Mas no longo prazo, os ovos ficaram quase 90% mais baratos para quem adota o padrão Bitcoin.

Grandes nomes apontam falhas

De fato, o viés de curto prazo do FED rendeu grandes críticas ao relatório. Autor do livro O Padrão Bitcoin, o economista Saifedean Ammous, criticou o gráfico por não mostrar a deflação no longo prazo.

“Os defensores das moedas fiduciárias e da alta preferência temporal tiram conclusões ousadas de dados de curto prazo. Eles não conseguem ver o quadro de longo prazo”, disse o economista.

Por outro lado, outros comemoraram o fato do FED estar “adotando” o BTC como unidade de conta. O investidor e economista Tuur Deemester, admitiu que o gráfico de ovos/BTC foi criado para dissipar a volatilidade do Bitcoin, mas também disse que o documento “aumenta a credibilidade da criptomoeda como dinheiro sólido”.

Já Felipe Escudero, criador do canal BitNada, acredita que o mais importante é que o governo americano enxerga o BTC como unidade de conta.

“Bancos centrais e governos dizem o tempo inteiro que o BTC não é unidade de troca. Agora, o FED está dizendo que ‘sim, podemos comparar o preço dos ovos cotado em BTC'”. Não é em todo lugar que dá para comprar ovos em BTC, mas pelo menos há uma admissão, ainda que simbólica. E isso é muito bom”, afirma.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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