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Fed anuncia que garantirá depósitos do SVB e USDC recupera paridade

O mercado de criptomoedas registrou uma avalanche de notícias no último fim de semana. Primeiro, as autoridades dos Estados Unidos determinaram a liquidação do Silicon Valley Bank (SVB) logo na noite do domingo.

A notícia caiu como uma bomba, pois o SVB é um dos maiores bancos corporativos do país. Dessa forma, a falência tornou-se a segunda maior da história bancária dos EUA. Mas o grande problema é que apenas 3% dos depósitos do banco tinham garantias de devolução.

Por isso, o mercado temeu que a falência afetasse as empresas que tinham conta no SVB, transformando o fato em uma nova crise financeira. Só que o banco central dos EUA (Fed) decidiu garantir todos os depósitos dos clientes, o que fez o mercado abrir em forte alta nesta segunda-feira (13).

Com a garantia do Fed, os clientes do SVB não precisarão correr o risco de falência por estarem fora da cobertura de auxílio. E, claro, o pacote de auxílio também fez o preço das criptomoedas disparar, sobretudo do Bitcoin (BTC).

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Falência e resgate

Nos EUA, existe um órgão chamado Federal Deposit Insurance Corporation, ou FDIC. Ele tem a mesma função do Fundo Garantido de Crédito (FGC) no Brasil: oferecer proteção aos clientes de bancos que eventualmente têm problemas e decretam falência.

Ao contrário do FGC, o FDIC é controlado pelo governo dos EUA e cobre depósitos de até US$ 250 mil por instituição. Ou seja, os clientes que possuem mais do que esse valor perderão o excedente, que não é coberto pelo FDIC.

O problema, no caso do SVB, é que a maioria dos clientes do banco é composta por grandes empresas e startups, que possuem milhões em suas contas. De fato, uma pesquisa do próprio banco mostrou que somente 3% de seus depósitos se encaixam no critério de garantia do FDIC.

Com a liquidação, 97% dos clientes poderiam perder todo o dinheiro investido lá, causando um efeito dominó de consequências imprevisíveis. A Circle, emissora da stablecoin USDC, revelou que possui cerca de US$ 3,3 bilhões no SVB – o total de reservas da empresa é superior a US$ 40 bilhões.

Foi justamente esta revelação que fez o preço da stablecoin cair forte depois da liquidação, com a USDC chegando a valer US$ 0,90. Afinal, o mercado temeu que a empresa não conseguisse honrar com todos os saques, levando a uma corrida bancária.

O Fed chegou

Durante o domingo, o mercado especulou se o Fed iria resgatar o SVB ou deixar o banco falir. Um resgate iria contra a nova política do banco central de retirar liquidez do mercado. Por outro lado, o próprio Fed utilizou a expressão “risco sistêmico” em seu alerta quando determinou a liquidação de outro banco pró-criptomoedas, o Signature Bank.

Mas no domingo à noite, o Departamento do Tesouro dos EUA finalmente anunciou que a ajuda estava a caminho. No seu comunicado, o Tesouro afirmou que todos os depositantes do SVB terão acesso ao seu dinheiro, inclusive quem estava fora da cobertura do FDIC. Na prática, a proteção do fundo, no caso do SBV, deixou de ser limitada a US$ 250 mil e tornou-se ilimitada.

Além disso, o Federal Reserve criou um novo programa para ajudar a proteger outros bancos da fuga de depositantes. Esse programa incluiu um auxílio de US$ 25 bilhões. Com os programas, o SVB anunciou que retomará os saldos dos clientes a partir dessa segunda-feira (13).

No geral, o SVB é um player relativamente menor no sistema financeiro dos EUA, com ativos e passivos de aproximadamente US$ 200 bilhões. Mas dadas as fragilidades do sistema bancário estadunidense, o risco de contágio era real, o que levou as autoridades monetárias a agir.

E como sempre aconteceu quando o Fed anunciou pacotes de auxílio, isso influenciou positivamente o preço do BTC, que disparou quase 10% logo após o anúncio. Com isso, a criptomoeda voltou a se aproximar do patamar de US$ 22 mil.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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