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Exclusivo: artista internacional fala sobre NFTs e sua coleção digital

James Atkins é mais um dos artistas do ramo tradicional que se encantou com os NFTs. O artista do Reino Unido, que já produzia artes digitais, viu potencial nos tokens não fungíveis.

Atkins conversou com o CriptoFácil com exclusividade a fim de dar a sua opinião sobre a febre de NFTs do ponto de vista artístico.

Ele falou sobre como conheceu blockchain, os altos preços e o que os tokens não fungíveis representam para a arte.

Conhecendo NFTs

James conta que começou sua carreira artística pintando quadros físicos. Contudo, com o passar dos anos, resolveu migrar parte de suas artes para o ambiente digital.

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Foi então que ele conheceu Yulgan Lira, CEO da Colb, que apresentou a ele a tecnologia blockchain. Após conhecer a tecnologia na qual os NFTs se baseiam, ficou fácil para Atkins ligar os pontos.

“Clientes me pediam as versões originais das minhas artes digitais, e eu estava estudando uma forma de vender. A tecnologia blockchain e os NFTs facilitaram esse processo, abrindo ainda mais o leque. Agora, é possível criar um GIF ou uma animação e vender a alguém. No mercado da arte original, você não é ‘dono’ de um GIF,” conta o artista.

Foi então que Atkins criou uma série de NFTs chamada “10×10 Xs” que teve bastante sucesso na plataforma OpenSea. Periodicamente, ele publica dez obras na plataforma de leilões de NFTs.

Em sua penúltima listagem, ele vendeu todas as dez peças em menos de uma hora.

Algumas peças da série “10×10 Xs”, de James Atkins. Fonte: OpenSea
Entretanto, em um texto recente publicado por Atkins no Medium, ele conta que o começo foi devagar. Apenas alguns amigos compraram, buscando encorajar o artista.

Até que, em um sábado, todas as dez primeiras peças foram vendidas subitamente para pessoas que James não conhecia. Foi então que a importância do mercado de NFTs se mostrou a ele.

Autonomia artística

Artistas são, segundo Atkins, seres que precisam de liberdade para florescer. Diversos artistas não são seguidos por galerias conceituadas, e precisam batalhar para exibir seu trabalho.

O mercado de NFTs funciona de forma contrária, onde qualquer um que tenha algo a oferecer pode exibir seu trabalho. Falando ao CriptoFácil e incluindo em seu recente texto no Medium, ele explica:

“Eu tinha obras que eu já tinha tentado vender sem sucesso. Mas agora, há um novo mercado com novas pessoas para dialogar, e essa é um ponto positivo dos NFTs. Levar a arte até pessoas que antes não tinham interesse, ou tinham certo preconceito em razão do ambiente elitizado da arte.”

Embora James diferencie artistas de “criadores de imagens”, ele defende que no mercado de NFTs existem excelentes trabalhos de arte.

O artista acrescenta que isso pode estar acontecendo por dois motivos. O primeiro são artistas que, cansado da falta de oportunidade de exposição, resolveram recorrer ao mercado de NFTs.

O segundo é a mudança na forma como a arte é consumida atualmente. A arte se tornou mais dinâmica, e visualizar ela em ambiente digital se tornou ainda mais natural.

Nesse cenário, o mercado de NFTs é visto como um mecanismo que terá longevidade por Atkins. Todo o movimento de artes em blockchain será benéfico pela arte, e ele espera que as pessoas continuem falando sobre NFTs.

Altos preços são justificados?

Quando questionado sobre os altos preços pelos quais os NFTs são vendidos, Atkins disse que esse tipo de coisa já é normal no mercado da arte — rotulado por ele como especulativo.

O pintor aponta que, possivelmente, pessoas que ficaram ricas com a alta do Ethereum possuem um dinheiro que pode ser encaminhado para especulação em novos mercados.

Desta forma, os preços pelos quais os NFTs são vendidos acabam sendo elevados, mas nada fora da curva para o artista.

“Há quem questione sobre pagar 5 ETH em uma obra ‘simples’, mas essa é a beleza da arte. O que é visto com cobiça pelos olhos de uma pessoa, não será visto da mesma forma pelos olhos de outra. E tudo bem, o mercado da arte sempre foi assim. Os altos preços não me surpreendem, o mercado tradicional da arte é assim. São materiais especulativos que vão ajudar no amadurecimento do mercado de NFTs,” explica James.

Tradicional x Blockchain

O pintor do Reino Unido faz um breve paralelo entre o mercado tradicional da arte e os NFTs. Ele começa apontando que o mercado de NFTs é rápido e muito mais dinâmico.

“Uma semana no mercado de NFTs é como dois meses no mundo real. Você trabalha expondo sua arte no Twitter, Instagram, sites, nas plataformas de leilão. E você tem todas essas pessoas nas quais o seu trabalho chega,” conta.

Atkins defende ainda que muitos artistas famosos vão entrar no mercado de NFTs. A única coisa que os impede, para o pintor, são alguns pontos que ainda não estão claro a eles.

Para isso, James acredita que a presença de curadores e uma grande exibição por uma galeria renomada ajudariam muito a esclarecer pontos do mercado de NFTs.

Ademais, ele acredita ainda que galerias podem mesclar o tradicional e o digital, aventurando-se no ramo de NFTs.

É o caso de uma das empresas de arte mais famosas do mundo, a Christie’s, que leiloou o trabalho do artista Beeple por R$ 836 milhões.

Fraudes

Um ponto comum de reclamação de artistas que ainda não migraram para os NFTs são as fraudes.

Pessoas “printam” artes em perfis de artistas e vendem como se fossem NFTs produzidos por elas. Porém, isso também não surpreende James:

“Fraudes já ocorrem em qualquer ramo, tanto que até hoje se discute a questão da pirataria. Acredito que o mercado ainda está no início e, com o tempo, ferramentas para minimizar essa prática serão desenvolvidas. O que os artistas podem fazer é aproveitar isso para tentar conhecer o mercado, e não deixar que isso os feche para os avanços em NFTs.”

De qualquer forma, ele defende que a blockchain por si só já resolve o problema de falsificações de obras já incluídas na rede.

Uma vez que um NFT é vendido, a posse da arte é indiscutível.

James Atkins conclui a conversa dando sua opinião geral sobre o mercado de NFTs que, apesar de ainda não ser absolutamente otimista, pende para ver esse mercado como algo positivo:

“Em relação aos NFTs, eu ainda tenho minhas suspeitas sobre alguns conceitos do mercado. De qualquer forma, sou favorável, grato e estou muito animado com o que está por vir!”

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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