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Exchange é acusada de manipular o preço do Ethereum

Uma grave acusação contra a exchange Bitmex foi lançada nesta quarta-feira, 12 de setembro. De acordo com o site Trustnodes, a empresa teria executado manipulações no preço da criptomoeda Ether (ETH).

A acusação teria partido do CEO da empresa Arthur Hayes devido à uma série de posts que ele realizou em sua conta no Twitter. Em 14 de agosto, Hayes teria chamado a moeda de “shitcoin de dois dígitos” em um de seus tuítes e incentivava os leitores a “shortearem” (operação de aposta na queda de um ativo) a moeda.

No mesmo mês, no dia 02 de agosto, o CEO havia postado um outro tuíte no qual afirmou que estava “50 vezes alavancado” no par ETH/USD.

“50 vezes alavancado ETHUSD perpétua swap está agora ao vivo! Negocie usando apenas #Bitcoin, você nunca precisará tocar em #Ether ou #USD”, afirma o post.

Embora esse último post não tenha feito qualquer indicação, em um texto enviado para todos os clientes da Bitmex, que são automaticamente assinantes de um “boletim informativo”, ele reforçou a ideia de que o ETH é uma “shitcoin de dois dígitos”.

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Em outras palavras, as atitudes de Hayes passam a seguinte mensagem: a Bitmex detesta o Ether e, a partir de hoje, a Bitmex aparentemente está lidando com US$3 bilhões em volumes de negociação para a troca do par de ETH/USD. Um número cuja veracidade é difícil de constatar – e eis as razões.

Suspeitas graves

Para começar, nenhum usuário pode apostar no par ETH/USD utilizando uma dessas moedas, mas apenas com Bitcoin. Embora a BitMEX seja especializada em negociações de contratos futuros (foram uma das primeiras bolsas a abrir as negociações para a Tezos), ela não têm futuros de ETH, mas oferecem negociações de EOS, Bitcoin Cash, Cardano e uma série de outros futuros de criptomoedas. Ao que parece, a única troca perpétua é pela ETH.

Além disso, a exchange tem algum spread significativo entre as ordens de compra e venda, e não está claro se a Bitmex negocia com seus próprios clientes.

A BitMEX não é regulamentada, não possui qualquer supervisão ou responsabilidade. Além disso, eles não aplicam requisitos de identificação e alegam que os clientes dos Estados Unidos não podem negociar na plataforma. O próprio Arthur Hayes é, no entanto, americano e aparece nos estúdios de várias emissoras do país, o que significa que ele atualmente reside nos EUA e está obviamente usando a plataforma da Bitmex, como mostrado Ems eus posts no Twitter. A própria Bitmex afirma:

“Negociar o acesso ou manter posições na BitMEX é proibido para qualquer pessoa que esteja localizada ou seja residente nos Estados Unidos, Québec (Canadá), Cuba, Crimeia e Sebastopol, Irã, Síria, Coreia do Norte, Sudão ou qualquer outra outra jurisdição onde os serviços oferecidos pela BitMEX são restritos. Se for determinado que qualquer participante de negociação da BitMEX forneceu declarações falsas sobre sua localização ou local de residência, a BitMEX se reserva o direito de fechar qualquer uma de suas contas imediatamente e liquidar quaisquer posições em aberto.”

Então, por que o CEO da empresa, cidadão americano, é autorizado a utilizar a plataforma e ainda a postar sobre as suas negociações?

É provável que a grande maioria dos clientes dos EUA resida de fato no país, e é provável que a Bitmex esteja plenamente ciente disso, com a bolsa apenas crescendo em volume após terem sido efetivamente a única opção de negociação de margem, após o fechamento da OkCoin e Huobi em setembro do ano passado.

No entanto, agora há novamente alternativas aos enormes spreads da Bitmex. Tanto a OkCoin quanto a Huobi voltaram a operar, dessa vez com uma estrutura muito mais profissional e com mais opções de negociação (a OkCoin agora oferece negociações de futuros em ETH e várias outras moedas, com margens de 20x, muito menores do que as enormes margens da BitMEX).

Na verdade os reguladores são culpados aqui por sua falha em futuros regulados pela luz verde fornecidos por exchanges, como a Gdax. Um fracasso que efetivamente por um tempo forçou o mercado a não ter outra opção a não ser lidar com a Bitmex – cujos altos spreads de preços e as atitudes de seu CEO devem ser vistos com desconfiança pelo mercado.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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