O muito aguardado ETH 2.0 é uma atualização do protocolo Ethereum. Com ela, o algoritmo de mineração passará a ser prova de participação, deixando a atual prova de trabalho.
Contudo, o impacto pode ir além da mudança no sistema de mineração. Usuários poderão alocar criptomoedas em suas próprias carteiras para participar da prova de participação.
Com retornos prometidos entre 4% e 10%, é possível que muitos investidores sejam atraídos. Então, uma grande possibilidade de valorização toma forma.
Conforme detalhado pelo Cointelegraph, será necessário um mínimo de 32 ETH para que um usuário participe do programa.
Os ganhos para ingressar como nó no sistema de prova de participação são consideráveis. Desta forma, muitos tentarão lucrar com ele – assim como aconteceu com a Tezos e sua valorização.
É aí que analistas estão conjecturando um possível aumento do Ethereum.
De acordo com o BitInfoCharts, no momento da escrita desta matéria, existem pouco mais de 470 mil endereços ativos de Ethereum.
Entretanto, somente cerca de 120 mil deles possuem ao menos 32 ETH. Conforme apresentado pela Arcane Research:
“Os investidores estão prontos para a prova de participação do Ethereum? Dados da Nansei AI mostram que quase 120 mil carteiras de Ethereum estão preparadas para a prova de participação. O número cresceu 13% no último ano.”
Em outras palavras, menos de um terço dos endereços ativos estão preparados para utilizar a funcionalidade de prova de participação.
Não é errado projetar que, na busca para participar do programa, uma corrida para comprar Ethereum tenha início.
A pressão de compra aumentará a demanda, que por sua vez aumentará o preço, tendo em vista que a oferta não crescerá junto.
Desta forma, o cenário apresenta dois benefícios: possibilidade de participar do programa de prova de participação; e a possibilidade de lucrar com o aumento.
Contudo, não é um cenário certo. É apenas uma hipótese, apesar de muito provável.
O desenvolvedor chefe da Blockchain, Nikita Zhavoronkov, falou sobre essa possibilidade enquanto apontava a estagnação do Bitcoin em termos de desenvolvimento:
“Se o Bitcoin continuar estagnado enquanto outras criptomoedas florescem, sua dominância continuará caindo. E agora vem o maior potencial para desastre do Bitcoin. Imagine, a prova de participação do Ethereum finalmente fica pronta e todo mundo vai correr para comprar 32 ETH para usar na prova de participação (um cenário bem provável).”
O jornalista Will Heasman fez uma análise mais profunda sobre a mesma possibilidade. Citando o analista Adam Cochran, Heasman afirma que:
“O suprimento de Ethereum diminuirá conforme grandes investidores adentram o mercado buscando ganhos confiáveis. Os ganhos previstos para a prova de participação do Ethereum são de 4% a 10%, enquanto investidores buscam tipicamente entre 3% e 5%.”
A prova de participação do Ethereum, então, representa um prato cheio para estes investidores. Omri Ross, cientista chefe de blockchain na eToro, é um dos que se mantém cético acerca de uma estratosférica valorização.
Contudo, ele afirma:
“Em comparação a outras commodities que possuem demanda no mundo real, a mudança no perfil de demanda em termos de classe de ativos, impulsionada pelos novos investidores em criptomoedas, pode levar novas demandas para o Ethereum.”
Por fim, é preciso também apresentar o ponto mais cético. Wilson Withiam, analista da Messari, o trancafiamento de ativos de forma indefinida por afastar investidores.
Withiam conclui apontando que o programa de prova de participação competirá, em certo ponto, com o ramo de finanças descentralizadas (DeFi). Porém, o ramo de DeFi tem o lado positivo em que os usuários ainda terão acesso aos seus ativos.
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