Segurança

Estudo diz que 97,7% dos tokens lançados na Uniswap têm relação com golpes

Um novo estudo publicado na Arxiv constatou que 97,7% dos tokens lançados na exchange de criptomoedas descentralizada (DEX) Uniswap estão envolvidos com golpes, sobretudo os do tipo “rug pulls”.

O termo “rug pull” significa “puxar o tapete” de forma literal. Esse golpe consiste em uma situação em que um protocolo é abandonado pelos desenvolvedores, que “fogem” com os fundos dos usuários. Com isso, os investidores perdem todo o capital. Em geral, esses golpes ocorrem em protocolos de DeFi.

Um dos casos de mais destaque é o do Squid Game (SQUID), um token inspirado na famosa série sul-coreana Round 6. Nos mês de novembro do ano passado, o projeto aplicou um rug pull, fazendo o preço do token desabar de R$ 16 mil para apenas R$ 0,01 em apenas cinco minutos.

Golpes com tokens na Uniswap

Lançada em 2018, a Uniswap é a principal DEX que roda na rede Ethereum. A plataforma ganhou destaque no mercado porque é uma exchange não custodiantes e publicamente verificável. Até o momento, mais de 40.000 tokens padrão ERC-20 são negociáveis ​​na Uniswap, segundo o estudo “Do Not Rug On Me: Zero-Dimensional Scam Detection”.

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De acordo com dados do DeFi Llama, a plataforma tem hoje US$ 4,22 bilhões em valor total bloqueado (TVL, na sigla em inglês). Mas a popularidade da Uniswap parece ter atraído os golpistas. Afinal, o percentual de tokens lançados na plataforma envolvidos, de alguma forma, com golpes é muito expressivo no estudo em questão.

O estudo analisou um conjunto de dados de mais de 27.588 tokens coletados até o dia 9 de março de 2021. Em seguida, propôs um novo método para rotular os tokens como fraudes ou não. Após a análise manual dos dados, eles criaram uma classificação teórica de diferentes manobras maliciosas na Uniswap.

“Nós propusemos vários algoritmos baseados em aprendizado de máquina com novos recursos relevantes relacionados à propagação de token e à heurística de contrato inteligente para detectar possíveis rug pulls antes que eles ocorram”, disseram.

Tokens maliciosos na Uniswap

Segundo o artigo, a lista final de tokens contém 27.588 tokens rotulados, “631 rotulados como tokens não maliciosos e 26.957 rotulados como maliciosos”. Dentro dos maliciosos, 24.870 são rug pulls e 2.087 não.

“Nós descobrimos que mais de 97,7% dos tokens rotulados eram de rug pulls. Por fim, nós definimos dois métodos que usam modelos de ML para distinguir tokens não maliciosos dos demais. Nós também verificamos a alta eficácia desses modelos em ambos os casos. Isso implica que novos tokens maliciosos podem ser detectados antes do ato malicioso. Por outro lado, também pode haver a detecção dos tokens de um projeto forte em um estágio inicial”, concluíram.

Estudo recebe críticas no Twitter

O estudo foi divulgado pelo influencer cripto @DrNickA no Twitter e recebeu várias críticas. Isso porque muitos questionaram a lógica por trás do estudo.

A investidora Maya Zehavi, por exemplo, disse que o estudo é muito falho:

“Desculpe, mas essa é uma metodologia muito falha para essa afirmação. Eles literalmente pegaram TODOS os tokens desde 20/05 – 27.000 no total – e não se preocuparam em filtrá-los por liquidez ou por volume… Ou por qualquer outra coisa. É como dizer que 97% das contas do Twitter são falsas, mas nenhuma estava ativa no ano passado”, disse ela.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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