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Estado de Nova York proíbe mineração de criptomoedas

O Senado do Estado de Nova York aprovou um projeto de lei que proíbe à mineração de criptomoedas através da Prova de Trabalho (PoW). No entanto, a lei vai proibir apenas a instalação de novos projetos, sem prejuízo às atividades que já estão em operação.

A lei foi aprovada na manhã da sexta-feira (3) e estabelece uma moratória de dois anos para a instalação de novos projetos. Ou seja, nenhuma mineradora poderá abrir novas unidades no estado pelo menos até 2024.

O projeto pretende reduzir o suposto impacto ambiental da atividade de mineração. De fato, o alto consumo de eletricidade já fez a governadora de Nova York, Kathy Hochul, defender restrições para a atividade. 

Contudo, o Senado aprovou a lei com uma margem de votos muito estreita. Dos senadores estaduais, 36 votaram a favor da aprovação, enquanto 27 votaram contra. 

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Moratória de dois anos

Além das empresas existentes, a lei também não proibirá as mineradoras que estão no processo de renovação da licença. De acordo com Kevin Parker, senador que elaborou o projeto, somente uma das mineradoras em operação no estado se enquadra neste critério.

Em outras palavras, a lei pode realmente acabar com a indústria de mineração em Nova York. Este é o segundo golpe mais forte das criptomoedas desde que o estado aprovou a BitLicence, em 2015. Como resultado, várias empresas saíram da região e se estabeleceram em outros estados do país. 

Durante a moratória, o estado conduzirá um estudo sobre o potencial impacto ambiental da mineração via PoW. Nesse ínterim, os senadores podem revogar a lei caso os estudos não consigam detectar que a mineração causa impactos negativos ao meio ambiente.

Ninguém esperava que o projeto fosse aprovado no Senado, já que o o Comitê de Conservação Ambiental do Senado se recusou a apreciar a lei durante sua última sessão. Apesar da preocupação ambiental, o Senado temia causar uma fuga de empresas e riqueza caso aprovasse a lei.

De fato, este foi o alerta que fez o presidente do comitê, senador Todd Kaminsky. Para o senador, o projeto traria “consequências econômicas deletérias para Nova York”.

No entanto, o Comitê de Energia e Telecomunicações do Senado encaminho o projeto de última hora. Em seguida, o plenário do Senado deu início a votação do projeto. Por fim, aprovaram a lei poucas horas antes do encerramento das atividades.

Agora, o projeto de lei segue para a mesa da governadora Kathy Hochul. Caso a mandatária assine, a lei entrará em vigor imediatamente.

Estado deve perder receitas

Nova York há é visto como um local estratégico para as empresas de mineração nos Estados Unidos. O estado possui fontes de energia hidrelétrica que são baratas e também renováveis. Mas, por outro lado, também utiliza bastante a energia gerada por meio da queima de carvão.

Por causa desse componente, os políticos locais enxergam a mineração com riscos. Só que eles também ignoram o fato de que as empresas utilizam outras fontes – que são renováveis. Por exemplo, a mineradora Greenidge reformou uma unidade inteira, trocando a energia do carvão pelo gás natural.

Mesmo as fontes de carvão ainda podem ser transformadas em energia limpa por meio da mineração. A Stronghold criou um processo que utiliza os resíduos do mineral na atividade. Como resultado, a mineração reaproveita a energia e ainda retira poluentes da natureza.

As empresas de mineração com sede em Nova York ameaçaram deixar o estado se a moratória for aprovada. Muitas já afirmaram que pretendem migrar suas atividades para o Texas, onde a energia é barata e o ambiente de negócios é mais favorável.

Indústria protesta contra lei

Como era de se esperar, muitos defensores do setor de mineração atacaram o projeto aprovado no Senado. Para a maioria, a lei de fato serve como uma “proibição” para a mineração.

John Olsen, lobista da Bitcoin Association, foi enfático: teme que a moratória seja transformada em uma proibição ao longo dos próximos dois anos. Isso poderia afastar as empresas que procuram se instalar perto de Nova York ou no próprio estado.

Para Clark Vaccaro, presidente interino e diretor de estratégia da Organização do Comércio da Indústria Basic, a aprovação do projeto “é um dia sombrio para a tecnologia blockchain, fechando efetivamente a porta em uma indústria nascente”.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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