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Esposa de ‘Faraó do Bitcoin’ também é acusada de golpes com criptomoedas na Venezuela

Além de ajudar o marido Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, a montar um esquema que movimentou R$ 38 bilhões no Brasil, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, de 38 anos, também teria aplicado golpes com criptomoedas em seu país de origem.

Foi o que revelou o GLOBO em uma reportagem publicada nesta quinta-feira (14).

Conforme consta na denúncia do Ministério Público (MP) que indiciou o casal e outras 15 pessoas por crime contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa, Glaidson e, sobretudo, Mirelis já tinham relação com golpes com Bitcoin na Venezuela.

Foi naquele país que o casal se conheceu, quando Glaidson ainda era pastor Igreja Universal. Em 2015, os dois deixaram o país e se mudaram para o Rio de Janeiro.

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Golpe com Bitcoin na Venezuela

De acordo com o MP, o modus operandi do esquema da GAS Consultoria Bitcoin é muito semelhante ao supostamente usado por Mirelis na Venezuela.

O documento obtido pelo GLOBO com as revelações citadas foi assinado por seis promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e traz informações de fontes abertas da internet sobre o passado do casal.

Em particular, uma discussão em 2015 no Reddit menciona explicitamente Mirelis e Glaidson:

“Algumas pessoas estão tentando honestamente conseguir empréstimos para operar. Outras estão tentando apenas enganar todo mundo”, diz um usuário da rede na postagem.

Outro responde: “Talvez um dia Mirelis faça o maior dos golpes com seu marido Glaidson”. 

Além disso, a denúncia reproduz uma outra conversa de 2017 no Twitter entre dois especialistas em Bitcoin:

“Houve uma venezuelana que há alguns anos ficou rica com 400 Bitcoins. E acho que perdeu todos”, diz um usuário.

“Como era  mesmo o nome dela? Ela tinha um esquema Ponzi armado no BitLendingClub”, responde o outro.

Então, o primeiro diz: “Mirelys” e o segundo comenta: “Quando a expuseram, ela ficou irritada. Falou que estava no Peru, e que seus empréstimos sempre foram pagos. E sumiu da noite para o dia”.

Mirelis é associada a golpes com Bitcoin na Venezuela

O nome de Mirelis aparece ainda em duas listas de fraudadores elaboradas por venezuelanos. Na primeira, o nome dela consta junto ao seguinte pedido: “Ajude-nos a ajudá-la a ter uma comunidade livre de golpistas”.

Já a segunda lista afirma que Mirelis teria “enganado alguns amigos com recargas no PayPal, e agora não aparece”.

Ademais, Mirelis e Glaidson também são citados em conversas em aplicativos de mensagem. Em uma foto que mostra o casal em um evento sobre criptomoedas promovido por Cláudio José de Oliveira, o “Rei do Bitcoin”, também presos por fraude, um homem comentou:

“Esses dois aí deram um golpe de 300 Bitcoins na Venezuela. Essa mulher era administradora do grupo Bitcoin Venezuela e se usou da reputação para ficar levantando empréstimo atrás de empréstimo, usando BTC Jam e BitLendingClub”.

Por fim, os promotores apresentam uma mensagem em espanhol enviada a um número da GAS Consultoria.

“Meus cumprimentos ao senhor Glaidson e à senhora Mirelis. Diga a eles que sou um usuário do Bitlending Club que está MUITO FELIZ com seu empreendimento graças aos Bitcoins que roubaram e nunca pagaram. Agora que vemos que estão voltando a seguir com o esquema Ponzi que tinham no Bitlending Club, seguiremos nos organizando até que paguem. E a Mirelis, se quiser, que siga fazendo mais vídeos gritando e ameaçando. Ela é igualmente uma ladra, logo visitaremos suas instalações”.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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