Especialista brasileiro aponta que blockchain também pode fazer o ser humano viver mais

O desenvolvimento de aplicações que utilizam a tecnologia blockchain tem se expandido para além do campo financeiro e se aproximado, cada vez mais, da indústria da saúde e, especialistas apontam que com a massificação da blockchain, da Inteligência Artificial e da IoT (Internet da Coisas), o ecossistema de cuidados e gestão da saúde humana pode apresentar uma revolução de tal forma que os seres humanos serão capazes de re-conhecer o corpo humano e suas interações e com isso até mesmo aumentar a expectativa de vida da população.

“O cenário atual envolve uma cultura digital, verticalização dos serviços de saúde e adoção de tecnologias que, efetivamente, propõem uma transformação cultural e digital, podendo agregar e permitir uma jornada eficiente, com uma maior proximidade entre médicos e pacientes. É importante conhecer e acompanhar a jornada do paciente, antes mesmo dele chegar a uma unidade de atendimento, para que consiga acessar rapidamente as informações e prestar um atendimento de qualidade baseado em informações concisas”, aponta Ailtom Nascimento, vice-presidente executivo da Stefanini

Para Nascimento, a proposta é que os prontuários eletrônicos tenham maior visibilidade de todo o histórico, podendo acelerar a descoberta, trabalhar com hipóteses mais refinadas e recomendar o melhor tratamento ao paciente. Segundo ele, alguns hospitais estão investindo em tecnologia de ponta para que os prontuários sejam preenchidos de maneira adequada e mais completa possível, garantindo que todos os profissionais tenham total acesso às informações.

Segundo o professor de medicina e diretor do Laboratório de Inovação de Sistemas de Saúde da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, Thomas M. Maddox, MD, tecnologias como Inteligência Artificial já estão sendo empregadas na área de leitura de imagens e ajudando na identificação de doenças que por meio do diagnóstico precoce podem ser tratadas mais corretamente.

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“Existem muitos tipos de exames de imagem – raios-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ecocardiograma que fornecem uma enorme quantidade de dados de alta qualidade mas que o olho humano é frequentemente cego para avaliar toda esta complexidade de padrões que podem estar presentes nessas imagens – mudanças sutis no tecido mamário durante vários anos de mamografias, por exemplo e, por meio das novas tecnologias tem sido desenvolvido muitos trabalhos interessantes no reconhecimento de padrões precoces de câncer ou padrões precoces de insuficiência cardíaca que até mesmo um médico altamente treinado não veria”, destacou.

A Philips é uma das empresas que vem investindo na integração das novas tecnologias e sua aplicação na indústria da saúde e, no ano passado, Mark Hennessy, pesquisador líder da Philips Research, revelou que a empresa está desenvolvendo o que descreve como uma “troca de dados verificáveis”, que isola e protege os dados até que sejam necessários para o atendimento ao paciente. Ele também explica que o sistema baseado em blockchain giraria em torno de três disciplinas principais: anonimização de dados, solicitação de dados e atendimento de solicitações.

No Brasil, as iniciativas na área ainda são tímidas, embora já existam startups focadas em integrar blockchain e saúde, como é o caso da ZHealth. Grandes hospitais particulares de São Paulo também vêm estudando a melhor forma de trabalhar com as novas tecnologias. Já na saúde pública, o município de Manicoré, no interior do Amazonas, teve recentemente o sistema de saúde municipal digitalizado (sem blockchain) para facilitar o atendimento. A partir de agora, todo paciente será cadastrado na plataforma Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).

Enquanto isso, recentemente, a ONU, por meio do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), anunciou uma parceria com a startup mexicana doc.com, visando expandir serviços básicos de saúde para toda a África Oriental. Por meio do acordo, a ONU pretende disponibilizar os serviços da empresa no continente africano até o segundo trimestre de 2019.

doc.com, fundada pelo mexicano Charles Nader, oferece, por meio de seu aplicativo, serviços médicos gratuitos. Através de sua aplicação, os usuários podem consultar em tempo real um médico ou psicólogo, que, ouvindo os sintomas do paciente, aconselha o melhor tratamento que pode ser desde o encaminhamento a um serviço de saúde mais especializado ou a prescrição de medicamentos simples que podem ser comprados sem o uso de receita controlada.

Para ter acesso ao serviço gratuito, o usuário tem que realizar um cadastro e à medida em que o aplicativo coleta as informações de seus pacientes, eles são recompensados ​​com uma criptomoeda criada pela empresa que é chamada de “MTC” e que pode ser trocada por dinheiro real em diferentes exchanges, como na Coinbene.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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