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Especialista afirma que o Bitcoin pode ajudar 4 bilhões de pessoas que vivem sob regimes autoritários

O potencial do Bitcoin como uma ferramenta de liberdade pode beneficiar mais da metade da população mundial. Essa foi a constatação de Alex Gladstein em um artigo publicado na revista Time na sexta-feira (28).

Gladstein é Chefe de Estratégia da Human Rights Foundation, organização de defesa dos direitos humanos que tem foco de atuação em países fechados. Em seu texto, ele dá uma forte ênfase na Venezuela, país onde a quantidade de transações via criptoativos explodiu nos últimos dois anos.

“Os venezuelanos estão adotando e experimentando o Bitcoin para evitar a hiperinflação e controles financeiros rígidos. Especulação, fraude e ganância na indústria de criptomoedas e blockchain têm ofuscado o potencial real e libertador da invenção de Satoshi Nakamoto. Para as pessoas que vivem sob governos autoritários, o Bitcoin pode ser uma ferramenta financeira valiosa como um meio de troca resistente à censura”, afirmou Gladstein em seu artigo.

E, de fato, há poucos países que se tornaram tão receptivos para criptoativos como a Venezuela. Uma rápida busca nas informações do Localbitcoins, site de compra e venda de criptoativos, mostrará que os cidadãos do país estão comprando bitcoins de forma bastante acentuada, como forma de se proteger contra a crescente destruição da moeda local, o bolívar.

Nesta semana, o número de compras de Bitcoin na Venezuela saltou 11% para atingir o recorde de 1.974 BTC.

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E o impacto desse aumento já é sentido nos países vizinhos. Os números de negociações na Colômbia também estão aumentando à medida que os venezuelanos fogem da fronteira e buscam locais mais seguros para se instalar – e junto com eles, carregam a sua riqueza em bitcoins.

E o artigo de Gladstein não destaca apenas o país sulamericano. Por todo o mundo, o Bitcoin tem sido usado como uma ferramenta de combate e desvio de censura contra os cidadãos de países autoritários, como China, Rússia e Zimbábue.

“A Venezuela não é o único lugar onde as pessoas podem usar o Bitcoin como uma válvula de escape. No Zimbábue, Robert Mugabe imprimiu quantidades infinitas de dinheiro e transformou em pó as economias de seus cidadãos, mas seus sucessores não conseguem imprimir mais bitcoins. Na China, Xi Jinping pode rastrear todas as suas transações no Alipay e no WePay, mas ele não pode estender tal vigilância em massa em todos os pagamentos com Bitcoin. Na Rússia, Vladimir Putin pode atacar uma ONG e congelar sua conta bancária, mas ele não pode congelar sua carteira de Bitcoin. Em um campo de refugiados, talvez um refugiado não consiga acessar um banco, mas desde que ele tenha uma conexão com a Internet, poderá receber Bitcoin sem pedir permissão e sem ter que provar sua identidade a ninguém”, destacou o artigo.

De fato, o bitcoin pode fornecer uma maneira de proteger a riqueza das pessoas em qualquer país onde as pessoas são forçadas a viver sob governos autoritários. Mesmo uma queda próxima a 80% do mercado, quando comparada a uma inflação de 1.000.00% na Venezuela, torna o Bitcoin uma reserva de valor bastante atraente. E o fato de ser um ativo de fácil transporte e livre de fronteiras faz com que seu detentor possa transportar toda a sua riqueza em um simples dispositivo no bolso, enquanto cruza a fronteira rumo a uma maior liberdade.

Segundo a Human Rights Foundation, cerca de 50% da população mundial vive sob regimes autoritários. Esse mercado de cerca de 4 bilhões de pessoas pode ver no Bitcoin uma excelente forma de se proteger contra seus governos. Nas palavras do escritor Nassin Taleb, mais do que uma ferramenta de especulação, “o Bitcoin é uma ferramenta de segurança contra um futuro Orwelliano”.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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