A tentativa de Craig Wright de registrar os direitos autorais do whitepaper do Bitcoin durou menos de 24 horas. O Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos (U.S. Copyright Office) se posicionou sobre o caso e afirmou que não reconhece o programador australiano como o criador do Bitcoin.
Na terça-feira, 21 de maio, Wright afirmou que tentaria registrar o whitepaper do Bitcoin como sendo de sua autoria. A decisão chegou a dar um pequeno pump no preço do Bitcoin SV, moeda patrocinada por Wright, antes do escritório dos EUA afirmar que “estava trabalhando duro para dissipar as noções de que oficialmente ‘reconhecia’ alguém como o inventor do Bitcoin”.
:Como regra geral, quando o Escritório de Direitos Autorais recebe um pedido de registro, o reclamante certifica, nos materiais enviados, a veracidade das declarações feitas. O Escritório de Direitos Autorais não investiga a veracidade de qualquer declaração feita”, escreveu o Escritório de Direitos Autorais em um comunicado de imprensa. “No caso em que um trabalho é registrado sob um pseudônimo, o Escritório de Direitos Autorais não investiga se há uma conexão provável entre o reclamante e o autor pseudônimo.”
Como várias fontes já notaram, tudo o que é necessário para registrar direitos autorais é de US$ 55 e uma conexão de internet estável. Em resumo, qualquer alegação de que o governo dos EUA registrou Wright como o autor do Bitcoin é, na melhor das hipóteses, falsa.
Por que o governo se deu ao trabalho de esclarecer esse ponto? As ações de Wright exigiram esse posicionamento. Na terça-feira, um representante da imprensa enviou comunicado que sugeria, em resumo, que o governo dos EUA reconheceu Wright como Satoshi.
“É importante ressaltar que os registros emitidos pelo Escritório de Direitos Autorais dos EUA reconhecem Wright como autor – sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto – tanto do whitepaper quanto do código do Bitcoin. Este é o primeiro reconhecimento de uma agência governamental de Craig Wright como Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin”, afirmava trecho do documento.
O Escritório de Direitos Autorais, segundo suas próprias palavras, não reconhece ninguém por nada. Em última análise, o Escritório criou um repositório projetado para proteger os criadores de arte e literatura. Mas ele não funciona como uma fonte imutável que prova a veracidade de um documento – como funciona, digamos, a blockchain do Bitcoin que Wright alega ter criado.
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