Entrevista Atlas Project: Bitcoin, mercado e investimento Quantum

A valorização acumulada do bitcoin no Brasil nos oito primeiros meses de 2017 bateu 390,6%. É inegável que a revolução das criptomoedas veio para ficar.

Assim como o volume de negociações só aumenta, cresce também o número de empresas no mercado, cada uma delas oferecendo uma funcionalidade diferencial e sistemas de negociação, buscando criar uma maior inovação no mercado e, consequentemente, atrair mais clientes. Entre essas empresas, encontra-se a Atlas Project.

A Atlas surgiu em meados de 2016 e passou por diversos estágios de mudança. De uma exchange de nível internacional, passou a atuar em uma forma de investimentos conhecida como Quantum, uma espécie de plataforma de arbitragem entre exchanges, visando adquirir ganhos entre o maior preço de compra e de venda.

Para explicar melhor o funcionamento desse modelo, o Criptomoedas Fácil entrevistou Fabrício Sanfelice, diretor de marketing da empresa. Na entrevista, Fabrício fala mais sobre o modelo de negócio da Atlas, das dificuldades (e benefícios) de operar no mercado brasileiro e quais as suas expectativas de crescimento para o futuro.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Criptomoedas Fácil: A Atlas surgiu a partir de qual ideia? Conte um pouco da trajetória da empresa.

Fabrício Sanfelice: Surgiu com a ideia de criar exchanges de bitcoin, de maneira descentralizada, em países periféricos. O foco de início era países africanos, levar a independência financeira que o bitcoin proporciona a quem é pressionado e oprimido com governos autoritários e restritivos.

Acreditamos realmente que a independência financeira podia levar mais liberdade e progresso pra esses locais. Até por isso somos libertários por princípios.

A ideia passou por diversos estágios, das exchanges a fornecimento de serviços descentralizados como justiça, segurança e etc. Mas a dificuldade naquele momento era muito grande e os recursos escassos, por isso acabamos mudando o modelo de negócio e voltando a um produto que estávamos desenvolvendo naquela época, que é o Quantum, que é hoje o nosso foco principal dentro do mercado das criptos.

CF: Como você pode explicar o conceito de Quantum para um leigo? Pelo que vejo, a ideia é desconhecida mesmo por alguns usuários de criptomoedas.

FS: Bom, basicamente desenvolvemos um algoritmo que busca, entre diversas exchanges de bitcoin, os melhores preços de compra e venda da moeda e executa ordens de compra e venda de maneira automatizada, distribuindo lucro com os clientes. Então o cliente deposita seus bitcoins na nossa plataforma e operamos ele nesse nosso sistema de arbitragem e distribuímos os lucros, diariamente, pra cada cliente na proporção do seu investimento. Então basicamente é uma plataforma de investimentos em que os clientes têm a possibilidade de ver a quantidade de bitcoins que eles têm crescendo. Para quem gosta de fazer o buy and hold, é uma opção válida, uma vez que o usuário ganha rendimentos em cima do seu próprio bitcoin, aumentando o saldo dele na criptomoeda.

CF: E como funciona o investimento? Como uma pessoa pode começar?

FS: Pra clientes que já possuem bitcoin, o investimento mínimo é de 300 reais e pra quem ainda não tem, disponibilizamos uma assessoria pra ajudar o cliente a comprar os seus primeiros Satoshis. Nesse caso, o investimento mínimo é de 1 mil reais, mas auxiliamos o cliente em todo o processo de compra e ensinamos pra ele como operar numa exchange, quais as medidas de segurança, como tranferir e sacar bitcoin e etc. Queremos popularizar o uso da moeda e pra isso é muito necessário trazer os termos do mundo das moedas digitais pra algo que seja simples e palpável, por isso fazemos todo esse trabalho.

Também oferecemos a possibilidade do cliente fazer a compra diretamente pela Atlas. Assim realizamos a compra do bitcoin pra ele na exchange com a melhor cotação aqui no BR e depositamos já diretamente na conta dele do Quantum. Assim mesmo quem não manja ou não tem interesse em conhecer todos os detalhes do bitcoin pode comprar.

CF: Quais as principais dificuldades que a Atlas enfrentou ao fazer a mudança para o modelo Quantum?

FS: É um modelo completamente novo, então explicar o que fazemos e como fazemos é sempre um grande desafio. Mas acho que um dos principais desafios está em gerar confiança. Há muitos scams e golpes rolando com bitcoins no Brasil, aí geralmente as pessoas jogam os bons e os maus negócios no mesmo balaio e tornam tudo mais difícil. Por isso tivemos que buscar uma aceleradora de startups (a WOW) pra nos ajudar a melhorar o nosso trabalho e também mostrar que há investidores conhecidos no mercado que acreditam na Atlas. Fomos selecionados pra investimento em um grupo de mais de 400 empresas, então isso, de uma maneira ou outra, mostra que estamos fazendo o correto.

Também há o desafio regulatório. O governo brasileiro atua como desincentivador do empreendedorismo e da inovação, então acaba que pra mercados novos como é o caso do bitcoin, o desafio fica maior ainda, mas estamos confiantes. O bitcoin vai fazer com o dinheiro o que o email fez com os correios, não tenho dúvida.

CF: Sobre essa parte de scams no ecossistema de bitcoin, qual a preocupação de vocês sobre como isso pode prejudicar a visão do público sobre criptomoedas e sobre a Atlas?

FS: É um deserviço pro ecossistema. Prejudica a imagem e tira o foco dos pontos positivos de independência financeira e utilidade da moeda, além de atrair os olhos dos reguladores como sendo algo prejudicial. O mau uso da tecnologia é culpa das pessoas, não do bitcoin ou de qualquer criptomoeda. O fato de usarem a Internet pra propagar o ódio, por exemplo, não é culpa dela. Pra Atlas, apesar de num primeiro momento nos dar um trabalho maior em desvincular a imagem negativa, não vejo como algo que não atrapalhe, nem nenhuma outra empresa que pretenda empreender de maneira seria no ramo. Trabalhamos de maneira séria e focada em fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível. Estaremos operando e lidando sempre com os obstáculos, independente do tamanho deles. Acho que quem faz as coisas pelo jeito correto, observando sempre as melhores práticas, ética, transparência e focado no seu produto, os obstáculos são apenas motivadores pra melhorar e se diferenciar da manada.

Para a Atlas, apesar de num primeiro momento nos dar um trabalho maior em desvincular de qualquer imagem negativa, não vejo como algo que atrapalhe a gente ou qualquer pessoa que deseja empreender nesse mercado.

CF: Em qual medida você acha que esses aspectos negativos influenciaram a atitude do governo em discutir a regulamentação do bitcoin nos últimos meses?

FS: Creio que eles baseiem-se sempre pelo pior na hora de discutir qualquer regulamentação. Só ver como foram conduzidas todas as conversas no congresso sobre a regulamentação nesses últimos meses. Eles esperam sempre o pior e, pensando nisso, regulamentam da maneira que acaba sendo a mais restritiva e que acaba, inevitavelmente, matando os novos negócios e favorecendo só quem já é grande e tem capital pra seguir toda a burocracia que eles desejam impor.

CF: Qual o posicionamento da Atlas sobre a regulamentação do bitcoin e como isso poderia afetar a empresa?

FS: Somos contra qualquer regulação, somos libertários por princípio. Porém estamos prontos para cooperar com as autoridades para garantir que o Bitcoin não seja utilizado para práticas criminosas.

CF: No passado, grandes exchanges foram vítimas de ataques que ocasionaram perdas de fundos dos clientes. Isso levou a aprimoramentos de segurança e de verificação de contas. Quais os mecanismos que a Atlas usa nesse sentido, tanto para a proteção dos seus clientes quanto para evitar ataques?

FS: Tomamos todas as medidas que são consideradas de padrão de mercado e algumas extras. Fazemos verificação de identidade para questões sensíveis, como troca de senhas ou solicitações de saque. Temos um algoritmo pra identificar e repelir atividades suspeitas, além de já contarmos com uma equipe de 7 desenvolvedores que se dedicam tanto a aprimorar o sistema de arbitragem, quanto em manter a estrutura de segurança da plataforma. Todo a nossa equipe, do time de Marketing aos Diretores e desenvolvedores, são treinados pra usar o máximo de segurança em todas os seus dispositivos e precisam atender padrões mínimos para que tenhamos segurança em 360 graus. Outras medidas extras que tomamos é trabalhar com multi assinaturas pra saques de maior volume, impedindo que haja uma quantia maior de valor exposto a eventuais tentativas de hack. Também efetuamos testes de penetração e estabilidade periódicos para avaliar eventuais pontos críticos e corrigir falhas que possam ser apresentadas.

CF: Já que falamos em equipe, quantas pessoas atualmente trabalham na empresa? E qual o perfil de colaborador que a Atlas procura em um mercado ainda pequeno como o de criptomoedas?

FS: Atualmente estamos com 16 pessoas na equipe e contratando mais pessoas pras áreas de desenvolvimento e vendas, preferencialmente. Com a popularização do bitcoin a demanda tem aumentando muito. O perfil é algo que não abrimos mão. Sobre o perfil, ser libertário é quase obrigatório. É estranho pra algumas pessoas, mas no nosso formulário de vagas perguntamos claramente qual deve ser o papel do estado na economia e na sociedade. Quem não tem uma visão livre mercado, no fim não se encaixa muito no que procuramos.

CF: Fale um pouco sobre a forma de trabalho da empresa. Vocês têm sede própria, fazem home-office ou ambos?

FS: Somos pequenos ainda, mas já temos planejado o nosso escritório em São Paulo pra janeiro. Por enquanto a maior parte da equipe é home office ou trabalha em coworkings. A nossa sede jurídica mesmo é em São Paulo, mas por causa do processo de aceleração se dar no Rio Grande do Sul, consideramos a sede operacional em Porto Alegre, onde está a aceleradora WOW.

CF: Falando da WOW, conta um pouco como foi o processo de aceleração da empresa e qual o papel da WOW no crescimento das atividades.

FS: Bom, o papel é essencial no nosso processo. Ter uma aceleradora por trás, ainda mais da qualidade da WOW, é o que nos deu “perna” pra andar mais rápido. Não só pelo investimento financeiro que fizeram na gente, mas principalmente pelo processo de mentoria e por nos transmitirem as dores que uma startup passa. Além disso, eles são um selo que temos pro mercado. Ter uma aceleradora significa: somos uma empresa séria, há pessoas que acreditam muito no nosso trabalho.

CF: Quais os planos da Atlas para os próximos anos?

FS: Os nossos planos giram em torno do crescimento da empresa e a divulgação do bitcoin a população em geral. O nosso projeto envolve uma ampla gama de serviços e produtos voltados a utilização e popularização da moeda. E quando falo popularização, digo que queremos que seja realmente a moeda global, queremos que seja o ativo mais utilizado aqui no Brasil e queremos ser responsáveis por essa mudança.

CF: Como vocês enxergam o potencial do mercado de moedas digitais no Brasil e no mundo?

FS: Há muito o que crescer. Com a entrada de grandes investidores no mercado, vejo uma crescente da popularidade e também do preço da moeda. Torço pra que isso venha o mais rápido possível.

Saiba mais sobre o serviço Quantum da Altas Projetc, acessando o site: www.quantum.atlasproj.com


Para mais notícias sobre o Bitcoin, Ethereum, Altcoins e Blockchain siga-nos em nossas redes sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/criptomoedasfacil/
Youtube: https://www.youtube.com/c/criptomoedasfacilcf
Telegram: http://telegram.me/criptomoedasfacil
Twitter: https://twitter.com/criptofacil
Linkedin: https://www.linkedin.com/company-beta/16170094
Instagram: https://www.instagram.com/criptofacil 

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.