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Entenda o que são ETFs e porque eles têm impactado tanto no preço do Bitcoin

ETF é a sigla para Exchange-traded fund, fundo negociável em bolsa. Um ETF é um fundo de investimento composto por diversos ativos, como ações, commodities, títulos, entre outros, e é negociado como se fosse uma ação, ou seja, na prática, possibilita ao investidor o acesso à uma carteira diversificada sem que ele tenha que aplicar individualmente em todos os papéis que compõem esta carteira. Isso faz com que um ETF seja um investimento simples, de baixo custo e eficiente, além de permitir que qualquer investidor – varejista ou institucional – possa comprar e vender participações em um ETF a outros participantes do mercado por meio da bolsa de valores.

Os ETFs rastreiam um índice específico (ex: Ibovespa) ou um grupo específico de ativos (ex: ETF de ações que pagam dividendos) e replicam seu desempenho. Muitos analistas especulam que isso pode ser um importante instrumento contra a alta volatilidade do Bitcoin. Os ETFs surgiram nos anos 80 nos EUA e hoje é uma das maiores classes de ativos da indústria de investimentos mundial, além de serem os ativos mais negociados em vários mercados acionários internacionais.

Como informa a agência de notícias BMJ, um ETF de Bitcoin, como o proposto pelos gêmeos Winklevoss, teria o Bitcoin (BTC) como um ativo subjacente. Isso significa que, ao comprar um ETF, um investidor estaria indiretamente comprando Bitcoin, afinal ele estaria mantendo o ETF de Bitcoin em seu portfólio, em oposição à criptomoeda propriamente dita. No entanto, como o ETF acompanhará de perto o preço da criptomoeda, para o investidor deve fazer pouca diferença se ele está segurando um ETF ou a criptomoeda real.

A principal diferença entre comprar um ETF de Bitcoin versus um Bitcoin em si (BTC) seria o investimento em um veículo regulado que poderia ser comprado e vendido em bolsas ao invés de ter que comprar e armazenar Bitcoins em carteiras ou exchanges e portanto sujeitos a ataques hackers e com isso o risco de perda dos ativos.

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Porque o ETF é importante para o Bitcoin?

Um ETF é visto como o santo graal do Bitcoin por muitos investidores. A facilidade de comprar um ETF de Bitcoin traria exposição à classe de ativos a vários novos tipos de investidores institucionais que antes não podiam investir em Bitcoin, como fundos mútuos e fundos de pensão, por exemplo.

Além disso, um ETF de Bitcoin daria mais segurança para investidores não institucionais que detém um grande capital para investir no ativo, mas que não se sentem seguros em manter a custódia consigo por meio de uma carteira, seja por receios de segurança, seja por desconhecimento do processo. Ao obter uma cota do fundo, o investidor garante a exposição ao ativo sem precisar manter consigo a posse do mesmo e ficar sujeito a ataques em seus dispositivos.

A aprovação de um ETF de Bitcoin negociado publicamente também provavelmente elevaria o preço do Bitcoin a novos patamares, uma vez que os investidores institucionais mencionados acima e os investidores privados teriam maiores incentivos para ingressarem em massa no mercado.

Na verdade, foi isso que aconteceu no início dos anos 2000, quando o mercado de ETF abriu o investimento de ouro para investidores privados e o preço do ouro subseqüentemente experimentou uma tremenda recuperação que atingiu o pico em 2011. Espera-se que um cenário semelhante aconteça com o Bitcoin, onde novas altas, bem acima de sua maior alta de todos os tempos, seriam altamente prováveis. Esse seria especialmente o caso se os fundos mútuos, os fundos de pensão e os bancos privados, decidissem investir em um ETF de Bitcoin e, dada a forte demanda pelos altos retornos que o Bitcoin poderia oferecer, isso seria provável.

Porque ainda não foi aprovado?

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) afirmou que eles precisam mais tempo para considerar a aprovação de ETFs de Bitcoin, pois existem muitas perguntas não respondidas, e desta forma garantir que os investidores não sejam expostos a riscos substanciais, como por exemplo uma manipulação de preços, como a que tem sido atribuída à Tether e à Bitfinex na alta histórica do BTC.

ETF de Blockchain

Embora os ETFs de Bitcoin ainda careçam de liberação por parte da SEC norte-americana, já existem quatro ETFs de blockchain sendo negociados em mercados regulamentados. Todos os quatro foram lançados em 2018 e têm um total de mais de US$278 milhões em ativos sob gerenciamento. De acordo com um relatório do Wall Street Journal, investidores colocaram US$80 milhões em ETFs de blockchain nas primeiras duas semanas de seu lançamento. Os volumes negociados para esses ETFs também foram maiores em comparação com outros instrumentos similares lançados desde outubro de 2017.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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