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Entenda as diferenças entre a Ripple e o XRP

A Ripple tem atraído grandes palyers do setor financeiro e, como tem mostrado o Criptomoedas Fácil, mais de 120 bancos e as maiores operadores de transferência de dinheiro por todo o mundo têm adotado soluções baseadas na blockchain da terceira maior criptomoeda do mercado.

No entanto, apesar desta adoção, o token XRP não viu o mesmo crescimento em comparação às parcerias anunciadas pela startup e, constantemente, Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, tem declarado que enquanto a Ripple é uma empresa, o XRP é apenas uma criptomoeda, ou seja, a Ripple não é a mesma coisa que o XRP.

Para entender as diferenças entre a Ripple e o XRP, o Criptomoedas Fácil conversou com Alex Braz, especialista em blockchain que ministrou, no último dia 02 de agosto, o curso DLT for Banking na Blockchain Academy, no qual abordou de forma prática, simples e direta as soluções para meios de pagamentos global da RippleLabs, que nem sempre utiliza o XPR. Confira:

Criptomoedas Fácil: A Ripple constantemente afirma que a Ripple e o XRP não são a mesma coisa, qual a diferença entre os dois?

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Alex Braz: A Ripple é a empresa, a criadora da moeda, provedora de tecnologia, tem uma estrutura organizacional com funcionários, sócios, etc, como uma empresa tradicional e foi fundada por algumas pessoas do mercado financeiro tradicional, vale ressaltar o David Schwartz, CTO da empresa, um criptógrafo muito respeitado, e Jed McCaleb, um businessman muito conhecido e controverso do meio cripto, ele fundou a Mt.Gox e atualmente está na Stellar.

A moeda XRP (Transaction Ripple Protocol) é a moeda corrente da empresa fundada por David Schwartz e Jed McCaleb. A moeda XRP foi liberada em 2012, com o intuito de ser um ativo digital para pagamentos globais e tem suprimento fixo já tendo sido emitidas ou pré-criadas 100 bilhões de XRPs, atualmente a empresa detém cerca de 60% deste total, a XRP é divisível em até seis casas decimais. A XRP roda em uma rede própria, que é open source e o tempo para confirmação de uma transação é de quatro segundos, contando atualmente com a possibilidade de se fazer entre 1.500 e 50.000 transações por segundo. Sobre a moeda XRP é importante lembrar que comprando XRP você não compra ações da empresa Ripple.

CF: Quais são as soluções da Ripple e porque elas não obrigatoriamente usam o XRP?

AB: A Ripple é uma fornecedora de tecnologia então conta com soluções para meios de pagamento, envio de remessas, como é o caso do xCurrent por exemplo. As soluções podem até ter sido desenhadas para utilizar o XRP, mas nada impede que existam outras criptomoedas sendo utilizadas no processo, na verdade eles prevém a participação de exchanges para fazer a troca entre as moedas.

* Além do xCurrent, a Ripple possui outras duas soluções, o xRapid e o xVia, para saber mais sobre eles o Criptomoedas Fácil elaborou uma breve introdução sobre cada uma das aplicações.

CF: Qual é a diferença da blockchain da Ripple frente às demais?

AB: A Ripple tem uma rede pequena em comparação com o Bitcoin e o Ethereum, por exemplo. Tecnicamente é controverso defini-la como blockchain, mas o fato é que eles instituíram o que chamam de UNL (Unique Node List) que são nós conhecidos e confiáveis que processam as transações, quase uma federação. Segundo a Ripple, qualquer pessoa pode entrar para o UNL simplesmente baixando o software e executando, esses UNLs não recebem taxas de transação, eles participam da rede com a única finalidade de colaborar.

CF: Porque a Ripple tem ganhando tanta atenção do setor financeiro e o que ela tem de diferente das outras tecnologias?

AB: Existem muitos bancos ao redor do mundo testando a Ripple, principalmente as soluções de tecnologia da Ripple como o xCurrent. O código da Ripple (quando falamos da rede XRP) é open source, então qualquer pessoa pode criar algo baseado neste código, foi o que fez por exemplo a Stellar, quando um dos fundadores da Ripple, o Jed McCaleb, deixou a Ripple e fundou a Stellar. O que pode atrair grandes instituições financeiras é que o board da Ripple é repleto de gente muito experiente neste setor, além de terem soluções já prontas para o mercado financeiro, foi assim que eles se posicionaram desde a fundação em 2004 quando eram RipplePay. Além disso, eles fornecem práticas comuns na área financeira como KYC (Know your customer) e AML (Anti-money laundering).

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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