Economia

Empresas tradicionais vão acabar com exchanges nos EUA, diz Financial Times

As gigantes do setor financeiro tradicional, como Standard Chartered, Nomura e Charles Schwab, estão construindo ou financiando novas plataformas de custódia e exchanges de criptomoedas, segundo reportagem do Financial Times desta quarta-feira (31).

Essas firmas apostam na preferência dos gestores de fundos por instituições estabelecidas, ao invés de exchanges nativas de criptomoedas como Binance e Coinbase.

A falência da FTX e a implosão do ecossistema Terra, entre outros eventos, chamaram atenção para os riscos associados às exchanges não regulamentadas. As empresas tradicionais acreditam que os gestores de ativos preferem trabalhar com entidades reconhecidas e regulamentadas de forma convencional.

Gautam Chhugani, analista sênior de ativos digitais globais da Bernstein, afirmou ao FT:

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“Os grandes investidores institucionais tradicionais definitivamente preferem negociar com contrapartes que eles sabem que existem há anos e foram regulamentadas no sentido tradicional.”

Exchanges em risco?

Uma pesquisa com 250 gestores de ativos conduzida pela EY-Parthenon revelou que metade deles consideraria migrar de exchanges nativas de criptomoedas para empresas tradicionais se estas oferecessem serviços semelhantes.

Além disso, 90% dos entrevistados confiam mais em grupos financeiros tradicionais para custodiar seus criptoativos.

O colapso de várias empresas de cripto no último ano e as denúncias de práticas ilícitas prejudicaram a confiança dos investidores nas exchanges de criptomoedas. As empresas financeiras tradicionais apostam em sua experiência, reputação de longa data e ausência de escrutínio regulatório para atrair esses clientes.

Essas novas plataformas, apoiadas por instituições consagradas, competirão com Coinbase e Binance pela clientela institucional. A estratégia das empresas tradicionais envolve a construção de operações mais transparentes, principalmente através da separação entre as atividades de negociação e custódia de ativos, para evitar conflitos de interesse e minimizar riscos.

BNY Mellon e Fidelity, por exemplo, já operam divisões de custódia de criptoativos separadas. Enquanto isso, a Nasdaq aguarda a aprovação dos reguladores para lançar seu serviço.

Jez Mohideen, CEO da Laser Digital, empresa de negociação de criptomoedas, disse que algumas exchanges de criptomoedas “não estavam fornecendo a melhor execução ou os melhores preços”. Ele acrescentou que o envolvimento de empresas tradicionais no setor cripto trará “mais transparência e mais convergência nos preços”.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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