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Empresas que misturam criptomoedas de clientes com as suas estão na mira de regulador

Empresas de criptomoedas que não separam os seus ativos digitais dos ativos dos clientes – a exemplo do que fez a exchange de cripto FTX – estão na mira do principal regulador financeiro de Nova York. De acordo com uma reportagem da Reuters desta segunda-feira (22), o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (NYDFS) deve divulgar nesta semana uma nova orientação determinando que as empresas separem os criptoativos dos clientes dos seus próprios.

Além disso, o NYDFS deve estipular que as empresas regulamentadas pelo estado divulguem ao público como contabilizam as criptomoedas dos clientes.

“É oportuno, mas, verdade seja dita, era algo que tínhamos em nosso roteiro de políticas antes mesmo do FTX”, disse Adrienne Harris, superintendente do NYDFS, em entrevista.

O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, desviou bilhões de dólares em fundos de clientes para cobrir perdas em seu fundo de hedge, Alameda Research. E isso alertou ainda mais as autoridades, sobretudo dos EUA.

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NYDFS quer proteger os investidores de cripto

Conforme destacou Harris, o NYDFS está focado em proteger os nova-iorquinos de fraudes e golpes no mercado cripto. Segundo ela, a unidade de moedas digitais do NYDFS tem quase 50 funcionários e está trabalhando para contratar mais. Atualmente, Nova York exige que as empresas cumpram requisitos anti-lavagem de dinheiro e Conheça Seu Cliente (KYC).

“Embora eu nunca seja imprudente o suficiente para dizer que nenhum nova-iorquino será prejudicado em tudo isso, acho muito justo dizer que os nova-iorquinos estão em melhor situação do que qualquer outra pessoa no país por causa da estrutura que temos”, disse Harris.

Fraudes com criptomoedas em Nova York

Apesar dos esforços de Nova York para proteger os cidadãos, fraudes seguem ocorrendo. Conforme noticiou o CriptoFácil, no início deste ano, a procuradoria-geral de Nova York processou o fundador da Celsius Network, Alex Mashinsky por fraude.

Segundo a acusação, Mashinsky fraudou investidores em bilhões de dólares. Além disso, ocultou as dificuldades financeiras da empresa de empréstimo de cripto – que agora pediu recuperação judicial. Mais de 26.000 nova-iorquinos estão entre as vítimas

Harris reconhece que ainda há muito a fazer. Ela disse que a agência está trabalhando em orientações sobre as stablecoins, publicidade e divulgações em criptoativos e proteção ao consumidor.

“Temos trabalhado muito, não apenas por meio da fiscalização, mas também por meio de análises. E em nossas conversas com a indústria dizemos que isso não é negociável”, disse Harris.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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