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Empresas brasileiras podem comprar Bitcoin como a Tesla, afirmam especialistas

A compra de Bitcoin da Tesla já está sendo considerada um marco em todo o mundo. Para muitos investidores, ela pode servir como um guia para outras empresas.

Esta foi a opinião do CEO da MicroStrategy, Michael Saylor. Para ele, a iniciativa da empresa retira o risco de investir em Bitcoin. Mas e quanto ao Brasil, será que poderemos ver empresas daqui comprando Bitcoin?

Para especialistas ouvidos pelo CriptoFácil, sim. Eles comentaram o caso da Tesla e disseram quais são as expectativas do mesmo ocorrer no Brasil.

Tesla garante “selo de confiança” ao Bitcoin

A empresa de Elon Musk não foi a primeira a comprar Bitcoin – a MicroStrategy iniciou esse movimento em agosto de 2020. No entanto, sua entrada serve como um “aval” para a criptomoeda.

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Segundo Vinicius Frias, CEO da strartup Alter, Musk causou um grande impacto ao falar de Bitcoin. Trata-se, afinal, do homem mais rico do mundo, o qual possui uma legião de seguidores.

“A disparada de preço se deu pela entrada da Tesla, do Elon Musk, corroborando esta tese de investimento, que é entusiasta das criptomoedas e o homem mais rico do mundo. O impacto é gigante, sendo um “selo” de validação muito importante para nosso mercado”, disse.

Para Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit, a compra da Tesla foi um complemento. Em sua visão, a tendência de longo prazo é de alta e os investidores começam a enxergar valor no Bitcoin.

“Os grandes investidores realmente estão acreditando no futuro da criptomoeda preocupados com a inflação e dominância do dólar no longo prazo e vendo a concretização do Bitcoin como reserva de valor”, disse.

Fundos e empresas puxam valorização atual

Um fator que muitos investidores destacam são as diferenças entre a alta recente e a que ocorreu em 2017. Hoje existem muitos investidores de peso no mercado, e por isso o Bitcoin atingiu novas máximas históricas.

Essa é a opinião de George Wachsmann, sócio e chefe de gestão da gestora de fundos de criptomoedas Vitreo. Para ele, a diferença entre as altas de 2017 e 2020 está nos tipos de investidores.

“Em 2017, a alta de preço foi puxada muito pela pessoa física. Já em 2020, a alta foi puxada por grandes investidores, hedge funds e, principalmente, empresas. Estas mostraram interesse não apenas na tecnologia (blockchain), mas também de investir em Bitcoin como parte do seu caixa. Foi o caso da Square, MicroStrategy e agora a Tesla”, disse.

Já Fernando Carvalho, CEO da QR Capital, destacou a mudança dos fundos de investimento. Hoje, muitos gestores começam a mudar sua visão e buscar entender o que é o Bitcoin. E com isso, acabam enxergando o valor que ele tem a oferecer.

“A demanda institucional pelo Bitcoin continua crescendo e um movimento que julgamos até mais relevante do que o da Tesla foi de um dos principais hedge funds do mundo – como o All Weather Portfolio de Ray Dalio, que, recentemente, mudou o tom em relação ao Bitcoin, sinalizando ser uma alternativa poderosa ao ouro”, destacou.

E a mudança que as criptomoedas podem causar não se resume à mentalidade de gestores. Os investidores institucionais podem levá-las ao centro do palco das finanças do futuro.

“Eu acho que esses anúncios têm tudo para criar uma disrupção e trazer os criptoativos para o palco central do mundo dos investimentos”, afirmou Wachsmann.

E no Brasil?

A adoção institucional do Bitcoin segue a ritmo acelerado no exterior. Porém, ainda não temos grandes notícias de empresas brasileiras engajadas nesse setor. De fato, o Brasil ainda não tem um Michael Saylor para chamar de seu.

Safiri Felix, diretor de produtos e parcerias da Transfero, destacou essa diferença. Um dos nomes mais antigos do mercado brasileiro de criptomoedas, ele destacou ser “normal” esse atraso. Ao mesmo tempo, afirmou que uma maior clareza regulatória pode mudar a situação.

“Como em quase tudo, nós entramos com atraso na curva de adoção, mas isso deve acontecer gradativamente à medida em que começa a ter mais clareza regulatória. A decisão recente de permitir às empresas integralizar seu capital em Bitcoin é um avanço”, disse.

Uma das decisões que trouxeram clareza foi emitida em dezembro de 2020. O Ministério da Economia permitiu que empresas utilizassem Bitcoin para compor parte de seu capital social. Isso trouxe menos dúvidas a respeito da aquisição da criptomoeda por parte das empresas.

Outro motivo para não haver empresas com Bitcoin no Brasil – ao menos publicamente – são as regras de governança. Por isso Felix acredita que a iniciativa poderá partir de empresas com capital fechado.

“Provavelmente deve acontecer antes com empresas de capital fechado. Para empresas listadas em bolsa, isso talvez demore ainda mais, pois deve haver definições contábeis, como essa alocação deve estar no balanço e de que forma isso afeta o modelo de governança das empresas”, explicou.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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