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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária diz que a blockchain revolucionará o agronegócio

Uma transformação tão radical que vai mudar totalmente o ecossistema que conhecemos hoje. É assim que prevê o estudo “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira” promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A revolução no campo vai impactar não apenas a produção mas a forma como consumimos carnes, verduras, legumes, laticínios e uma infinidade de produtos que vem do campo. Este movimento, denominado Campo 2.0, será resultado da convergência entre biotecnologia, blockchain, nanotecnologia, tecnologia da informação, ciência cognitiva, robótica, automação, inteligência artificial, internet das coisas, entre outras.

“Poucas ciências irão contribuir tanto para o crescimento do setor quanto a transformação digital”, disse Cleber Soares, diretor de inovação e tecnologia da Embrapa, ao jornal Valor Econômico.

Soares revela que a Embrapa é uma das empresas que têm pesquisado ativamente casos de uso que unem transformação digital, blockchain e tecnologia no campo. A empresa, vinculada ao Ministério da Agricultura, tem uma pesquisa conjunta com a empresa suíça Ceptis e com a Intel sobre rastreabilidade com blockchain.

O uso da blockchain na cadeia de produção nacional também tem sido debatida na Embrapa pela pecuarista Maria Fernanda Guerreiro, parceira da Embrapa Pecuária Sudeste.

“A princípio, veio da vontade de solucionar as dificuldades de comercialização do meu gado particular, pois eu tinha um gado de qualidade e chegava na hora de vender eu me deparava com o mercado comum, no sentido de o comprador não valorizar o produto. Com essa vontade e contato com outros produtores fui percebendo que eles enfrentavam o mesmo problema: valorização de qualidade e mercado. Comecei então a ‘semear’ minha ideia de um mercado justo e bom para solucionar nossos problemas e, pela reação, percebi que a opinião e o interesse de outros produtores poderiam ser uma ideia boa e ‘confortável’ para o produtor”, disse ao projeto Pecuária do Futuro da Embrapa.

Quem também tem investido no setor é SP Ventures, um fundo paulista criado em 2007, que investiu na startup Bart Digital, que desenvolveu uma plataforma para realizar transações CPR com uso da blockchain.

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“A relação entre empresas e produtores é regulada através do CPR (Cédula de Produto Rural) – trata-se de uma venda a termo, na qual o produtor, associação ou cooperativa de crédito emite um título para comercializar seus produtos.”

O CPR é hoje a maior fonte de financiamento do agronegócio, mas é um processo burocrático, exige idas e vindas ao cartório, coletas de assinaturas e, em alguns casos, demora até três meses para ser liberado, além de também ser um processo exposto a várias fraudes. A Bart quer resolver isso ao fazer com que o processo de emissão do CPR seja todo digital.

“Fazer o papel do cartório, mas de forma segura, descentralizada e criptografada. Também permite que produtores menores recebam financiamento. Uma XP pode distribuir CPR para pessoas físicas, por exemplo”, destacou Francisco Jardim, sócio da SP Ventures.

As startups estão revolucionando o agronegócio, um setor que corresponde a 21,58% do PIB brasileiro e somam US$96,01 bilhões em exportação nacional e, como afirma Jardim, falar de tecnologia no agronegócio brasileiro é hoje falar de tecnologia de ponta; de drones, monitoramento de satélites, big data, internet das coisas e também de blockchain, mostrando que a cadeia de blocos também vai transformar não só como pagamos nosso produtos mas também tudo aquilo que comemos.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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