Ethereum trabalha para construir ERC-725, um protocolo mundial de identidade

A Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado, que revolucionou o mundo cripto com a implementação dos contratos inteligentes, via ERC-20, (para ter uma ideia, praticamente, 90% dos ICO hoje que utilizam contrato inteligente, são baseados no padrão de token ERC-20), agora planeja ampliar seus horizontes e implementar mais uma revolução o ERC-725, um padrão de identificação universal para humanos, grupos, objetos e máquinas.

O desenvolvedor que esta a frente deste processo é Fabian Vogelsteller, o mesmo responsável pela criação do padrão ERC-20. Fabian pretende, com esta nova aplicação, criar um padrão para a confirmação e verificação global de identidades. Essas podem conter chaves para assinar ações (transações, documentos, logins, acesso, etc.) e reivindicações, que são comprovadas por terceiros (emissores) e auto atestados, bem como por uma função de proxy para atuar diretamente na blockchain.

Hoje, não existe uma forma global de provar a veracidade das informações de privacidade fornecidas e mesmo um governo ou qualquer entidade precisa ‘confiar’ no órgão emissor como atestador das informações e isso, logicamente, acarreta inúmeras fraudes em todo o mundo, basta olhar, aqui no Brasil, por exemplo, para emissões de RG, Carteira de Motorista, Passaporte e, o mais comum, diplomas de diversas instituições que são falsficados a luz do dia, inclusive com anúncios públicos em redes sociais e até mesmo, durante um tempo, no Mercado Livre.

De acordo com Vogelsteller, que chegou até a chamar o ERC-20, que possibilitou a vendas de tokens como conhecemos hoje, como uma aplicação “menos interessante” da ethereum, há hoje muita “bagunça” no campo da identidade e, embora diversas startups estejam focadas em buscar soluções para o problema, um token padrão poderia facilitar todo o processo e gerar um protocolo mundial no assunto.

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Comentando o assunto recentemente, Fabian, revelou ao site de noticias Coindesk:

“É o que o futuro precisa, absolutamente. Não há como contorná-lo, A razão é que é tão simples. Este é um dos motivos por que o [ERC-20] decolou em comparação com outros sistemas. Quando temos acordo sobre as interfaces usadas, de repente há uma explosão de experimentação”.

O ERC-725 define e padroniza especificamente as ações que todas as implementações de identidade precisam tomar, como adicionar reivindicações ao contrato inteligente e ao mecanismo para obter essas reivindicações posteriormente. Ao usar um sistema padronizado , empresários e empresas sabem que sua aplicação poderá interagir com todas as outras aplicações usando o padrão. Como exemplo, Vogelsteller disse que os governos poderiam criar reivindicações usando o padrão ERC-725 na blockchain Ethereum, o que não só teria uma origem imutável da identidade, mas também seria facilmente transferível para outros usando o mesmo sistema.

Vogelsteller também descreve o ERC-725 como “muito flexível“, e que poderia ser usado para identificar praticamente qualquer coisa, sendo assim, poderia ser adaptado para trabalhar também para o gerenciamento da cadeia de suprimentos. “É basicamente uma concha, essa identidade funciona não apenas para humanos, mas funciona para objetos e robôs“, disse ele.

No entanto a aplicação esta longe de ter uma data para lançamento, e, segundo o próprio desenvolvedor a proposta é preliminar e não esta totalmente fechada em seu desenvolvimento e modo operacional. Atualmente a proposta está no GitHub, acumulando feedback, que, por sinal, tem sido muito positivo. Pode ser que um novo impulso esta por vir na Ethereum, que precisa, mais do que nunca, revolver os problemas com sua escalabilidade, afinal, depois que simples gatos jogaram luz sobre os dilemas da criptografia, uma aplicação nova como o ERC-725, traria um novo fluxo enorme para a rede e, consequentemente, um “trafego” inigualável dentro da blockchain. Mudanças estão por vir.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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