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Efeito FTX: plataforma Midas Investment encerra atividades e token cai 99%

Em mais um caso de contágio com a queda da FTX, a plataforma de criptomoedas Midas Investments desativou os depósitos e negociações. De acordo com o CEO da empresa Iakov Levin, a Midas sofreu devido a graves perdas financeiras causadas pela falência da Celsius e o fiasco da FTX.

Levin disse que a organização terá como objetivo se concentrar em um novo projeto em 2023. O CEO prometeu que a Midas será “totalmente transparente” e oferecerá uma “experiência de investimento aprimorada”.

No entanto, a plataforma não bloqueou os saques dos clientes, pelo menos até o fechamento desta matéria. Por isso não há como saber se o caso da Midas envolve algum risco de falência, por exemplo.

Só que o anúncio causou um forte impacto no preço do MIDAS, token distribuído pela empresa. Após o anúncio da falência, o token desabou nada menos do que 99% e hoje vale apenas R$ 1,71, de acordo com o CoinGecko. A título de comparação, um MIDAS valia R$ 479 na quarta-feira (28).

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Token MIDAS desaba após plataforma encerrar atividades. Fonte: CoinGecko.

Mais um “efeito FTX”

A Midas publicou um texto em seu blog oficial na terça-feira (27), onde afirma que encerrou os serviços em sua plataforma. Por algumas horas, a Midas chegou a desativar também os saques dos clientes, mas reativou a opção logo depois.

Segundo a publicação, a empresa desativou os saques para realizar alguns cálculos necessários. Levin revelou que a princípio a Midas pretendia descontar 48% dos saldos dos clientes, mas depois mudou o valor para 55%.

“Ajustaremos os saldos dos usuários equilibrando os passivos restantes em Bitcoin, Ether e stablecoins com os ativos restantes. Desse valor, deduziremos 55% e as recompensas recebidas”, disse a publicação

No entanto, apenas os saldos em BTC e ETH terão essa redução. Quem possui outras moedas digitais, incluindo BNB, AVAX e FTM, não será afetados. Para compensar o prejuízo, a empresa distribuirá seu token (MIDAS) como compensação aos clientes afetados.

Os clientes receberão uma quantidade de MIDAS com base no valor deduzido. Só que a forte queda no preço do token deve tornar essa compensação praticamente inútil.

Mudança de estratégia

Ainda assim, Levin acredita que clientes de varejo e institucionais aumentarão significativamente seu interesse em Finanças Descentralizadas (DeFi) nos próximos cinco anos. Portanto, o CEO disse que a Midas pretende lançar “estratégias CeDeFi escalonáveis, on-chain, verificáveis e tokenizadas”.

A empresa também pretende apresentar um novo projeto “baseado em princípios de total transparência” que terá seu próprio token nativo. Tudo indica que a empresa deve extinguir o MIDAS e colocar outro token em seu lugar.

O CEO pediu desculpas a todos os clientes prejudicados pelo fechamento da plataforma, mas disse que não é o fim. Para Levin, as melhorias vão tornar a Midas superior ao que é hoje.

“Este não é o fim, mas sim o começo de algo novo. Entendo a difícil decisão de fechar a Midas e peço desculpas a quem perdeu dinheiro. Farei o meu melhor para garantir que você possa recuperar suas perdas no novo projeto”, disse.

O que causou o problema?

Levin disse que a Midas perdeu cerca de US$ 50 milhões com o colapso da FTX, o que representa 20% dos US$ 250 milhões que a empresa tinha em ativos sob gestão. Parte dessas perdas ocorreu porque os usuários retiraram uma grande parte de suas participações após o colapso da Celsius e FTX.

A Midas Investimentos buscou captação de recursos e outras opções para enfrentar a crise, mas nenhuma conseguiu frear a crise.

“Apesar desses esforços, as extensas retiradas devido à insolvência da Celsius e da FTX, juntamente com as oportunidades de rendimento reduzido no mercado, nos impossibilitaram de cobrir os pagamentos diários aos usuários devido ao déficit de ativos”, disse Levin.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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