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Ecossistema de criptomoedas nacional não marca presença em evento da XP Investimentos

A maior feira de investimentos do mundo, assim definiu Pedro Silveira, Managing Partner da XP Investimentos, durante sua apresentação na Expert XP 2018, que contou com a presença de cerca de 15 mil pessoas, em três dias de evento, mais de 80 palestrantes e a presença do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, entre outras personalidades do mundo financeiro e de outras áreas.

Em um espaço de cerca de 20 mil metros quadrados, a ausência mais notada foi do ecossistema das criptomoedas e da blockchain nacional, que não se fez presente por meio praticamente nenhuma empresa, frustrando boa parte dos participantes que estavam ansiosos por novas oportunidades e queriam saber mais sobre o que são as tais criptomoedas.

Embora o tema tenha sido abordado muito rapidamente por Guilherme Benchimol, presidente do Grupo XP, durante a apresentação que fez no primeiro dia do evento e na qual anunciou a XDEX, a corretora da XP que trabalhará com criptomoedas, Bitcoin e Ethereum, o presidente do grupo deixou ainda mais dúvidas entre os participantes pois ele mesmo chegou a dizer que “não tinha certeza” ainda da operação com criptomoedas e nem do prazo para que ela iniciasse. A XDEX será uma operação “apartada” das operações da XP.

Nos corredores, porém, as dúvidas de Benchimol se traduziam em expectativas entre os participantes, compostos majoritariamente por jovens empreendedores que não pouparam palavras para falar do assunto.

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“Fulano faz X% com arbitragem”. “Tenho um amigo que largou um emprego no Itaú para trabalhar com trade de criptomoedas”. “Meu primo trabalha das 10h às 2h e acabou de comprar uma Land Rover, tudo com Bitcoin.”

Como uma das únicas empresas com atuação no segmento de criptomoedas, a CBOE, bolsa de Chicago que trabalha com negociações de futuros de Bitcoin, teve um estande que foi bastante frequentado pelo público do evento. O mesmo ocorreu em um espaço ocupado pela InfoMoney, agência de notícias focada em investimentos, que muitas vezes aborda os criptoativos

Mas as pessoas queriam mais, queriam saber sobre a determinação da CVM que liberava investimentos em criptomoedas no exterior, das expectativas quanto ao ETF, quanto à regulamentação e, principalmente, como “entrar” neste mercado sem precisar compactuar da ideia de que ele substituirá os bancos, mas compartilhar com os “cripto-milionários” um pouco da riqueza construída com hashes.

A palestra de Fernando Ulrich, economista-chefe de criptomoedas da empresa, intitulada “Criptoativos e a tecnologia do blockchain”, trouxe a este público um painel bem geral sobre o tema.Ulrich explicou o que era e como surgiu o Bitcoin e desmistificou a criptomoeda como sendo algo “de outro mundo”, mostrando que “ela não surgiu do nada”, e sim possui todo um conceito político e filosófico que estava alinhado com o desenvolvimento tecnológico daquilo que seus pré-criadores e criador(as) entendiam que seria uma futura economia digital. Além disso, Ulrich também explicou o que era blockchain e como a tecnologia pode ser uma tecnologia de “base” tal qual a energia e a internet para o surgimento de novas aplicações.

A XP entendeu que o mercado de investimentos não é uma bolha fechada em si mesmo, assim também o mercado de criptomoedas precisa de um amadurecimento e de uma “expansão” que passa não apenas pela massificação das criptomoedas, mas também pela participação do ecossistema para além das conferências e eventos voltados para o setor ou para o campo da tecnologia.

Blockchain e criptomoedas estão presentes no esporte, na agricultura, na cadeia de suprimentos, em campo de refugiados, na Faixa de Gaza e na crise humanitária da Venezuela; também estão presentes na indústria de energia, na produção de carros, nas ações humanitárias; no FMI e na ONU; nos círculos de Wall Street e nas regiões montanhosas da China. Tal qual o Bitcoin expandiu os limites do dinheiro, assim também o ecossistema precisa assumir seu papel disruptivo e voltar seus olhos para o mundo além dele, para que as dúvidas de Guilherme Benchimol tornem-se as certezas dos vendedores ambulantes ali perto, na Estação Santo Amaro, que portavam seus gadgets e olhavam no horizonte das pessoas sentadas no vagão, uma chain de oportunidades.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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