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Don Tapscott afirma que o yuan chinês será substituído por uma versão cripto dentro de 20 anos

A China é notoriamente dura em relação ao desenvolvimento das criptomoedas em seu território, impondo banimento em relação ao investimento e à negociação de ativos digitais, incluindo o Bitcoin. Entretanto, o diretor executivo do Blockchain Research Institute acredita que a moeda chinesa será substituída por uma versão cripto dentro de 20 anos.

Conforme noticiou a Ethereum World News neste domingo, 21 de abril, Don Tapscott, durante uma entrevista concedida à Bloomberg, afirmou que o yuan chinês provavelmente passará por uma transformação encaixando-se no formato de criptomoeda – mesmo com a postura contrária do país em relação à indústria.

Tapscott contou à Bloomberg sobre um encontro que teve com o vice-presidente do Partido Comunista da China, tendo este revelado que o presidente Xi Jinping está otimista em relação à blockchain, enxergando-a como uma das tecnologias mais importantes para o desenvolvimento do país.

Falando sobre o recente alvoroço causado por rumores acerca de um possível banimento à mineração de criptomoedas na China, o vice-presidente do Partido Comunista da China foi citado por Tapscott:

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“Não é necessário fazer isso [banir exchanges e atividades de mineração], pois em 20 anos nós não utilizaremos Bitcoin na China. O povo chinês utilizará o yuan, e apenas o yuan se tornará uma criptomoeda. O banco central do país o transformará em uma moeda digital.”

Analistas da indústria apontaram para o desenvolvimento de exchanges descentralizadas (DEXs) como uma forma para anular a influência política nos mercados de criptomoedas.

Embora Tapscott concorde que DEXs são uma forma de operar na China, ele relatou que o país está firme em sua postura de combater todas as formas de investimento baseadas em criptoativos.

O diretor executivo do Blockchain Research Institute acredita que o futuro das exchanges descentralizadas é substituir as plataformas centralizadas existentes, segundo ele, por meio de fatores como estrutura transparente e habilidade para identificar manipulações. Tapscott apontou que uma parte maior do mercado pode migrar para DEXs, incluindo títulos financeiros.

Apesar da maioria dos grandes pools de mineração se situarem na China, o país está dando indicadores de uma investida contra o setor. Autoridades chinesas discutiram sobre a questão, tendo a Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional (NDRC) incluído mineração de criptomoedas em uma lista de atividades que possivelmente podem ser encerradas. Dentre diversos problemas apontados, a agência acredita que minerar criptomoedas consome recursos e polui o ambiente, argumentando que o Bitcoin não é eficiente do ponto de vista energético.

Mesmo com a possibilidade acima, a China é líder mundial em questão de números de projetos relacionados à blockchain em desenvolvimento, apesar da postura do governo sobre o investimento em criptoativos. Mesmo que os ativos digitais continuem sendo um ponto de discussão, para os políticos, a tecnologia blockchain já atraiu interesse, uma vez que 263 projetos estão em andamento neste setor – representando um quarto do total global.

Os comentários de Tapscott refletem a crença de que moedas tokenizadas, apoiadas pela tecnologia blockchain, serão o futuro do dinheiro fiduciário. O yuan, impulsionado pelo envolvimento da China com o desenvolvimento no ramo de blockchain, pode realizar a transição para criptomoeda mesmo que o governo mantenha seus banimentos.

Em comparação a outros países, o Partido Comunista da China parece mais preocupado em manter-se à frente em termos de controle regulatório sobre as criptomoedas, mesmo reconhecendo o valor da tecnologia por trás delas.

Leia também: Primeira websérie brasileira sobre o universo blockchain reúne entrevistas com Don Tapscott e Zooko Wilcox

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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