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Do antigo ao novo: Bitcoin é utilizado em mercado com mais de 500 anos na Ásia

Embora o Bitcoin seja, para muitas pessoas, uma tecnologia bastante avançada e incompreensível, ele pode ser melhor compreendido como a representação digital de uma das mais antigas ferramentas da história humana: o dinheiro.

E o dinheiro sempre será aceito e demandado, independentemente de seu formato. Uma das principais evidências do caráter universal do dinheiro está na notícia de que um dos mais antigos mercados da Ásia possui lojas que estão aceitando Bitcoin.

Do antigo ao novo mundo

O mercado em questão é o Grand Bazaar. Ele está localizado na cidade de Istambul, a maior cidade da Turquia. A particularidade do estabelecimento é a sua “idade”: o mercado, localizado na rua Sabuncu Hani, 87, fundado em 1461, possui nada menos do que 550 anos de funcionamento.

Para colocarmos em perspectiva histórica, o Grand Bazaar existe desde que a cidade de Istambul se chamava Constantinopla, e era a capital do antigo Império Romano do Oriente – também conhecido como Império Bizantino. O local foi construído oito anos depois da queda do império, presenciou o surgimento do Império Otomano e duas guerras mundiais.

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Uma das lojas do mercado é uma casa de câmbio chamada Santral Doviz, a qual aceita Bitcoin. No local, os turistas podem comprar e vender Bitcoins usando a moeda nacional da Turquia, a lira turca. Como a grande maioria dos mercados tradicionais, mesmo aqueles em sociedades com pouco uso de dinheiro vivo, como a Coreia do Sul, Hong Kong, China e Taiwan, a maioria dos comerciantes do mercado turco não aceita cartões de crédito ou outras formas de pagamento, além de dinheiro vivo. Isso abre uma brecha que está sendo aproveitada pelo Bitcoin e por suas vantagens, como as baixas taxas de transação, a simplicidade no processo de adoção da moeda e a facilidade de conversão.

Como tal, a aceitação do Bitcoin por uma casa de câmbio local de moeda estrangeira no mercado turco tradicional é um sinal positivo para a adoção das criptomoedas e mostra a demanda de turistas e moradores locais pelos ativos digitais.

Declínio das moedas fiduciárias

O constante declínio no valor das moedas nacionais sempre foi considerado um fator no crescimento e no valor dos ativos digitais, especialmente nos países mais relapsos no controle da inflação monetária.

Tradicionalmente, investidores compram ativos como ouro e títulos do governo para evitar que a desvalorização das moedas nacionais afete seu poder de compra. Mas, no futuro, à medida que o mercado de criptomoedas evolui para uma importante classe de ativos e passa a contar com a presença de soluções de custódia e instituições financeiras, as criptomoedas podem se tornar um ativo seguro e concorrer com o ouro e títulos.

O valor de moedas como a lira turca, que não são consideradas moedas de reserva internacional, é altamente influenciado por moedas mais fortes, como o dólar americano e o euro. Quando o governo dos EUA ou a UE decidem aumentar as taxas de juros, isso atrai capital para esses países, o que tende a fazer o valor da lira e de outras moedas nacionais menores diminuir.

Os analistas já começaram a prever um lento processo de perda de valor pela lira nas próximas semanas, uma vez que os EUA aumentaram suas taxas de juros pela segunda vez em 2018.

“A maré do dinheiro fácil [dos EUA] está recuando e o estresse nos mercados emergentes será evidente durante o estágio posterior do aperto do Fed”, disse Jason Daw, estrategista de ativos cruzados do Société Générale.

No longo prazo, ativos digitais como o Bitcoin poderão ser usados por investidores para proteger sua riqueza contra a perda de valor de moedas nacionais como a lira, e a adoção do Bitcoin por pequenos comerciantes poderia ser um começo para adoção mais ampla em economias como a Turquia, a qual mostrou uma grande força de adoção desde o rally de alta de 2017.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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