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Diretor de segurança nacional dos EUA afirma que criptomoedas podem ajudar a fomentar terrorismo doméstico

O diretor do Departamento de Segurança Nacional de Nova Jersey, Jared Maples, previu na quarta-feira, 15 de janeiro, que os terroristas domésticos se tornarão cada vez mais adeptos de criptomoedas como o Bitcoin.

Durante uma audiência ao subcomitê de política monetária do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA em Washington D.C., Maples disse que os terroristas domésticos – atacantes que moram e são cidadãos dos EUA – encontram valor na segurança e privacidade oferecidos pelo Bitcoin e outras criptomoedas.

“Eles estão vendo a eficácia de poder ocultar esses movimentos”, disse Maples. “À medida que as criptomoedas se tornarem mais predominantes, e a tecnologia se torna mais fácil de adaptar e usar, acreditamos que veremos mais disso (seu uso) no domínio do terrorismo doméstico.”

Do Hamas aos neonazistas

A audiência se concentrou em como terroristas domésticos financiam seus ataques em geral, e não falou especificamente sobre Bitcoin e criptomoedas. Porém, três das cinco testemunhas – Maples, a especialista em finanças do Serviço de Pesquisa do Congresso Rena Miller e o vice-presidente sênior da Liga Anti-Difamação (ADL) George Selim – abordaram o papel delas em seus testemunhos escritos e orais.

O deputado Brad Sherman, um cético de longa data a respeito das criptomoedas, pressionou Maples a citar exemplos casos de uso de criptomoedas no terrorismo doméstico. “Se funcionar para o Hamas, também funcionará para os neonazistas”, afirmou.

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Maples respondeu: “Nós vemos evidências de que grupos terroristas domésticos estão percebendo que grupos terroristas estrangeiros, como o Hamas, estão operando usando Bitcoin devido a sua criptografia [e] as dificuldades em rastrear essas transações.”

Cabe destacar que nas regiões onde o Hamas e outros grupos terroristas são mais ativos, o Bitcoin não é uma das ferramentas mais populares entre esses grupos.

Blockchain contra terroristas

Ainda assim, as autoridades do governo exploraram com sucesso a rastreabilidade inerente da blockchain do Bitcoin para encontrar grandes criminosos. Em outubro passado, os investigadores desmontaram o maior site de pornografia infantil em operação do mundo usando um software de análise de dados da blockchain.

Maples disse ao comitê em seu depoimento escrito que uma dessas doações ocorreu imediatamente após o ataque em Charlottesville, Virgínia, em 2017: US$ 60 mil em Bitcoin para o editor do Daily Stormer, Andrew Anglin. Isso mostra que, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, as transações de Bitcoin podem ser rastreadas com relativa facilidade.

“Não podemos descontar o uso futuro de criptomoedas como um meio de financiar atos de extremismo doméstico em Nova Jersey e nos Estados Unidos”, reconheceu Maples em suas observações.

Selim, o executivo da ADL, também prestou testemunho sobre o uso do Bitcoin no apoio a nacionalistas brancos. Ele citou relatos de que o neonazista Andrew “weev” Auernheimer recebeu enormes quantias em doações via Bitcoin, assim como fóruns de supremacistas brancos na internet como Stormfront e Daily Stormer.

No entanto, ele reconheceu que empresas de criptomoeda como a Coinbase aplicam políticas abrangentes de combate ao ódio que impedem os clientes de realizar transações dessa maneira. “As criptomoedas não são uma solução mágica para as dificuldades de transferência de dinheiro dos supremacistas brancos”, escreveu Selim em seu testemunho.

Maples também falou sobre como o governo norte-americano pode se antecipar aos criminosos e combater o uso de criptomoedas para fins ilícitos. “Temos que implementar uma supervisão rigorosa”, disse, especificando que isso incluiria garantir que as pessoas certas estivessem cientes dos riscos relacionados a criptomoedas, além de monitorar os próprios movimentos desses ativos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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