Categorias Notícias

Diretor da ABCripto critica falta de regulamentação sobre criptoativos no Brasil

O Brasil está perdendo uma grande oportunidade pela falta de regulamentação de criptoativos. Essa é a opinião de Safiri Félix, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).

Em uma entrevista ao Valor investe divulgada nesta quarta-feira, 22 de julho, Félix expôs sua visão. Para ele, a falta de regulamentação causa pelo menos três problemas no mercado brasileiro:

  • migração de divisas;
  • aumento de custos para gestoras;
  • desenvolvimento de mercados estrangeiros com recursos que poderiam ser aplicados no Brasil.

Restrições dificultam crescimento local

Para Félix, os criptoativos acabam sofrendo as mesmas restrições que o investimento no exterior. Por exemplo, muitos fundos de criptoativos só podem investir no máximo 20% em criptoativos de fato.

Isso faz com que 80% do capital desses fundos precise estar investido em CDB ou títulos públicos. E como muitos fundos cobram taxas altas, a relação acaba sendo desvantajosa para o investidor.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

“O gasto com taxas de gestão deixa a aplicação menos atrativa, e o gestor não tem mesmo como diminuir sua margem, porque precisa aplicar no exterior, o que onera sua estrutura”, explica Felix.

Além disso, como não há estrutura regulatória no Brasil, os gestores acabam negociando as criptomoedas em outros países. Com isso, o Brasil perde capital que poderia desenvolver o ecossistema local.

“Isso (ida de capitais para os EUA acontece porque os reguladores de lá aprovaram estruturas reguladas de fundos de Bitcoin, e a CVM, não. Por isso, esses veículos sediados no Brasil têm que comprar o ativo lá fora, sendo que já temos empresas aqui com total condição de atender a demanda se houvesse autorização”, afirmou.

Indústria cresce apesar de restrições

É importante destacar que, mesmo com as restrições apresentadas pelo diretor da ABCripto, o setor de fundos de criptoativos tem crescido forte no Brasil.

No primeiro semestre de 2020, os fundos tiveram uma valorização de 27%. Isso mesmo após toda a forte queda no mercado causada pela pandemia de Covid-19.

Muitas gestoras lançaram novos fundos este ano. Adicionalmente, esses fundos passaram a ser mais abertos ao público em geral, em vez da tradicional restrição à investidores qualificados.

Leia também: Bitcoin incentiva avanços em moedas digitais de bancos centrais, afirma instituição financeira

Leia também: Deputado defende substituição do Real por moeda digital

Leia também: Regulamentação de criptoativos já é estudada pelo Banco Central do Brasil

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.