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Desenvolvedor do Bitcoin Jimmy Song polemiza ao criticar a tecnologia blockchain

No dia 04 de junho, o famoso desenvolvedor da rede do Bitcoin Jimmy Song fez uma publicação no Twitter que causou certo alvoroço. De acordo com sua publicação:

“Blockchain é um banco de dados especializado.

Blockchain é lento e caro.

Blockchain é difícil de manter.

Blockchain é caro.

Blockchain é difícil de atualizar.

Blockchain não é uma tecnologia revolucionária.

Blockchain não vai resolver seus problemas.”

Essa declaração causou certo espanto, afinal um dos principais desenvolvedores da primeiro e principal criptomoeda do mercado “criticou” a tecnologia blockchain. Aos que não conhecem o discurso de Song, comentários como este abaixo são comuns:

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“Me faz lembrar do que Ron Sommer (ex-CEO da Telekom) disse em 1990: ‘a Internet é um truque, nós não veremos ela no futuro’.

Novas tecnologias demoram para evoluir. Grandes revoluções estão acontecendo enquanto conversamos.”

Contudo, o tuíte foi apenas uma reafirmação do discurso de Song sobre o hype errôneo que formou-se em torno da tecnologia blockchain. Em uma de suas publicações feitas na plataforma Medium, em 07 de maio, o desenvolvedor explica detalhadamente como a tecnologia blockchain é excelente, mas não é a cura de todos os males.

Inclusive, em um dos artigos publicados pelo CriptoFácil em maio deste ano, o estrategista em blockchain da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) afirmou que, antes de aplicar um protótipo de blockchain à uma empresa, existe uma análise acerca da aplicação da tecnologia ao modelo de negócios desta mesma empresa – indicando um reconhecimento que a blockchain não é para todo e qualquer caso.

Realmente, a tecnologia blockchain é cara e lenta, razão pela qual tecnologias de escalabilidade como a Lightning Network estão sendo desenvolvidas – para solucionar este problema. É também uma tecnologia difícil de manter e atualizar, tomando como exemplo as dificuldades que os desenvolvedores da rede Ethereum tiveram para atualizar a rede no início do ano.

Isso é reforçado em um capítulo da obra “Tributação da Economia Digital”, onde o professor do Instituto Brasileiro de Direito Tributário Eduardo de Paiva Gomes, que já prestou declarações ao CriptoFácil, conclui junto à coautora Gisele Barra Bossa que:

“[…] Os custos com a implementação da tecnologia blockchain podem ser elevados, até porque boa parte dos fiscos e contribuintes já investiram em outras ferramentas de gerenciamento de dados. Adicionalmente, há reais dúvidas quanto à forma de auditar as informações constantes da blockchain. Não sabemos em que medida a ausência de intermediação e a transparência seriam benéficas frentes aos ideais de confidencialidade.”

Note-se que Gomes é um entusiasta da blockchain, mas reconhece com sobriedade (assim como Song) que ainda existem muitas questões em torno desta inovadora tecnologia. Apesar de ser uma tecnologia com um enorme potencial, ela não é aplicável a todos os casos, principalmente por estar em seus estágios iniciais de desenvolvimento.

Leia também: Jimmy Song fala sobre as próximas ondas de adoção das criptomoedas

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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