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Departamento de Justiça dos EUA quer prisão de SBF até o julgamento

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está decidido a revogar a prisão domiciliar de Sam Bankman-Fried (SBF). De acordo com o New York Times, os procuradores desejam colocar o fundador da FTX na prisão até a data do julgamento, previsto para o início de outubro.

O motivo da prisão seria o vazamento de informações pessoais do diário de Caroline Ellison, que violaria as condições da prisão domiciliar. Se condenado, SBF poderia ficar cerca de dois meses na cadeia antes de sua eventual condenação ou absolvição.

A agência federal argumentou que suas ações tinham como objetivo intimidar Ellison, que vai depor contra SBF em outubro. O vazamento, de acordo com o DOJ, visava pintar a ex-diretora da Alameda Research como igualmente culpada. Com isso, SBF pretendia diminuir o valor de Ellison como testemunha.

SBF ganhou o direito de prisão domiciliar na casa de seus pais até o início de seu julgamento, desde que cumprisse os termos estabelecidos pelo juiz. Um desses termos era justamente não entrar em contato com nenhuma parte envolvida no processo. Mas o DOJ afirma que o ex-executivo tentou falar tanto com Ellison quanto com o atual CEO da FTX, John J. Ray III.

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O fundador e ex-CEO da FTX enfrenta várias acusações de fraude e de ser o principal culpado pelo colapso da exchange em novembro. Por outro lado, Ellison atuou como CEO da Alameda Research, o que também a colocou como alvo do DOJ. Mas  como tal, ela poderia compartilhar informações vitais sobre seu papel potencial no colapso.

O desejo do DOJ

O The New York Times revelou que Ellison estava passando por alguns problemas sérios devido ao seu rompimento com SBF meses antes do colapso do FTX. Ela supostamente escreveu em seu diário pessoal que estava “infeliz e sobrecarregada” com seu trabalho na Alameda Research. Ela também questionou suas capacidades como líder da organização.

SBF pegou justamente parte desses trechos do diário e vazou para a imprensa. O Cohen & Gresser, escritório de advocacia que representa SBF, não rejeitou as alegações de que seu cliente estava por trás dos dados vazados. No entanto, eles solicitaram que ele não fosse para a prisão, pois ele tinha o direito de falar à imprensa sobre seu caso para proteger sua reputação.

Os advogados alegaram ainda que uma eventual detenção cortaria seu acesso à Internet e “tornaria impossível para ele participar plenamente de sua defesa”.

De acordo com uma carta recente enviada ao juiz Lewis Kaplan, esses argumentos não mudaram a posição do DOJ sobre o assunto. As autoridades sustentaram que o réu foi além de exercer seu direito constitucional de falar com a imprensa, pretendendo “desacreditar indevidamente uma testemunha do julgamento e manchar o júri” ao compartilhar os escritos particulares de Ellison.

Assim, o DOJ acredita que SBF deve ser preso até seu julgamento.

Ellison (que teve um relacionamento com SBF) se declarou culpada de participação nas fraudes que contribuíram para a implosão da FTX e concordou em cooperar com as autoridades na resolução do caso. Espera-se que ela seja uma testemunha-chave no caso, e, em troca de sua ajuda, receberá uma sentença reduzida.

Alguns argumentaram que ela pode até escapar da prisão, com a possível liberdade condicional sendo a única punição. Mas os advogados de Ellison não confirmaram os termos do acordo.

Fogo “amigo”

Além de suas batalhas legais com as autoridades americanas, SBF também foi alvo de quem o substituiu no comando da FTX. A empresa recentemente entrou com uma ação contra ele e algumas pessoas, parte de seu ciclo interno, para recuperar mais de US$ 1 bilhão.

Segundo a equipe, SBF e seus associados desviaram essa quantia de clientes entre fevereiro de 2020 e novembro de 2022 para financiar campanhas políticas, comprar apartamentos de luxo, fazer investimentos especulativos e financiar outros “projetos de estimação”.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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