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Departamento de Justiça dos EUA indicia 7 cidadãos russos por ataques hackers financiados com criptomoedas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, na sigla em inglês) acusou sete oficiais da Diretoria Principal de Inteligência da Rússia (GRU, na sigla em inglês) de realizarem operações globais de hacking e desinformação relacionadas a criptomoedas. A acusação foi apresentada pelo júri no distrito ocidental do estado da Pensilvânia em 03 de outubro.

Os réus, todos acusados ​​de trabalhar para a GRU – uma agência de inteligência militar do Estado-Maior das Forças Armadas da Federação Russa – receberam acusações múltiplas de “hacking de computadores, fraude eletrônica, roubo de identidade e lavagem de dinheiro”, de acordo com um comunicado de imprensa do DoJ publicado em 04 de outubro.

Segundo a agência de notícias Cointelegraph, o grupo afirma pertencer à uma equipe de hackers conhecida como “Fancy Bear”, e a acusação contém apontamentos de 2014.

De acordo com a acusação, a fim de “facilitar a compra da infra-estrutura usada em sua atividade de hackers, os réus conspiraram para lavar dinheiro através de uma rede de transações estruturadas para capitalizar o anonimato percebido de criptomoedas como Bitcoin”.

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O documento alega que o uso do Bitcoin (BTC) “permitiu que os conspiradores evitassem relacionamentos diretos com instituições financeiras tradicionais”, permitindo que eles dissimulassem ainda mais suas identidades e fontes de recursos.

Acredita-se que os réus tenham criado “centenas de contas de e-mail diferentes” para “evitar a criação de uma trilha de papel centralizada de todas as suas compras”. Várias dessas contas se dedicaram a rastrear informações de transação Bitcoin e facilitar os pagamentos de Bitcoin aos fornecedores.

A acusação também responsabilizou os réus de financiar suas atividades através da mineração Bitcoin:

“O pool de bitcoins gerados a partir da atividade de mineração do GRU foi usado, por exemplo, para pagar uma empresa baseada nos Estados Unidos para registrar o domínio wada-arna.org através de uma empresa de processamento de pagamentos localizada nos Estados Unidos. Os conspiradores usaram a mesma estrutura de financiamento – e, em alguns casos, o mesmo conjunto de fundos – para adquirir as principais contas, servidores e domínios usados ​​em sua atividade de hacking relacionada ao antidoping.”

Esta última referência à atividade de hacking relacionada ao antidoping refere-se à acusação do DoJ de que o site Fancy Bear conspirou para roubar dados de 250 atletas internacionais, bem como de agências antidoping em todo o mundo. Estes ataques teriam sido em retaliação à proibição de atletas russos das Olimpíadas de Inverno de 2018, após suspeitas de um programa de doping patrocinado pelo Estado.

Embora essas acusações específicas não façam parte da investigação de Robert Mueller sobre a suposta interferência russa nas eleições dos EUA em 2016, três dos sete funcionários nomeados pelo DoJ nesta acusação também foram citados na investigação de Mueller em julho.

Como publicado anteriormente, em julho deste ano, o Departamento de Justiça acusou doze indivíduos de duas unidades da GRU de usar criptomoedas – supostamente extraída ou obtida por “outros meios” – para alimentar esforços para invadir redes de computadores associadas ao Partido Democrata e campanha presidencial de Hillary Clinton, bem como os conselhos estaduais e empresas de tecnologia relacionadas às eleições norte-americanas.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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