Mercado

De Popó a contratos na OLX: veja quem perdeu dinheiro na Braiscompany

A situação da empresa paraibana Braiscompany, bem como de seus clientes, está indo de mal a pior nos últimos dias. Isso porque conforme os bloqueios de saques continuam, os clientes passam a revelar somas crescentes de dinheiro perdidas na plataforma.

O diretor da Braiscompany, Antônio Neto Ais, realizou uma live recente na qual voltou a tentar explicar a situação da empresa. Um dos expectadores da live era ninguém menos do que o lutador Acelino Popó Freitas, que revelou ter investido R$ 1,2 milhão na companhia.

Além disso, dados de jornalistas paraibanos, junto com uma investigação do CriptoFácil, revelaram que muitas perdas podem chegar aos R$ 10 milhões. O desespero é tamanho que vários clientes resolveram apelar até para sites de vendas em busca de reaver seu dinheiro.

Contrato da “Brais” na OLX

Recentemente, um cliente que se identifica como “Arthur Silva” colocou um anúncio bastante inusitado na plataforma OLX. Ao invés de vender um carro ou imóvel, o cliente estava vendendo um contrato que possui com a Braiscompany.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Cabe lembrar que a a empresa se posicionava no mercado como “gestora de criptomoedas” e especialista em blockchain. Em troca das criptomoedas que os clientes depositavam, a Brais – como é conhecida – oferecia retornos de até 10% ao mês. No entanto, com os saques bloqueados, os clientes ficaram com os contratos mas não podem sacar seu dinheiro.

Para tentar reaver alguma coisa, o cliente disponibilizou o contrato com 50%. De acordo com o anúncio, o contrato tem o valor de face de R$ 100 mil, mas Silva pedia apenas R$ 50.000. Além disso, ele também dizia aceitar carro, moto ou sítio em troca do contrato.

“Vendo contratos que tenho com a empresa Braiscompany. A melhor gestora de criptoativos da América Latina (sic). Vendo com 50% de desconto, contrato de R$ 100.000 por R$ 50.000”, dizia o anúncio.

Anúncio de venda de contratos da Braiscompany. Fonte: OLX.

Contudo, ao clicar no link do anúncio ele aparece como “página não encontrada”. Não dá para saber se o próprio cliente apagou ou se a OLX removeu a publicação.

Alvo do Ministério Público

De acordo com fontes ouvidas pelo CriptoFácil e declarações de deputados da Paraíba, a Braiscompany possui cerca de R$ 30 milhões em investimentos somente na região de Campina Grande, onde a empresa se originou. Muitos empresários chegaram a aportar quantias superiores a R$ 2 milhões na companhia – e estão com seu dinheiro preso.

Além disso, a empresa agora enfrenta investigações por parte do Ministério Público da Paraíba, que investiga a falta de pagamentos. O assunto tomou proporções nacionais ainda maiores depois que o lutador Popó revelou que investiu R$ 1,2 milhão na companhia.

Popó revela investimento na Brasicompany em tempo real.

O empresário Antônio Neto Ais, conhecido como “Toin da Braisompany”, disse anteriormente que os saques estavam travados por causa da Binance, corretora na qual a Braiscompany supostamente tem conta. No entanto, a empresa negou qualquer tipo de bloqueio desse tipo.

Já a última publicação da página da Braiscompany no Instagram data de 23 semanas atrás e a empresa fechou os comentários das publicações. A decisão provavelmente ocorreu depois que clientes da Brais foram até o Instagram cobrar publicamente a empresa por causa dos atrasos.

Virou tema político

Conforme a repercussão cresceu, o caso da Braiscompany chegou até a Assembleia Legislativa da Paraíba, visto que Campina Grande é a segunda maior cidade do estado. Nesse sentido, o deputado Tovar Correia Lima (PSDB/PB) afirmou que mais de 7.000 famílias foram afetadas pelos bloqueios apenas na cidade.

“Não se fala de outra coisa em Campanha a não sem em Toin da Braiscompany. É uma problemática que envolve o Ministério Público, a imprensa nacional, para que todos possam solucionar este caso”, afirmou Tovar.

O deputado até mesmo levantou a possibilidade de que haja uma regulamentação de criptomoedas a nível estadual. De fato, outro deputado paraibano, Wilson Filho (Republicanos) propôs esta ideia em 2021, mas o governador João Azevedo (PSB) vetou a proposta alegando se tratar de uma matéria de competência do Congresso Nacional.

No ano passado, o Congresso finalmente aprovou o PL que regulamenta as criptomoedas no Brasil e estipula pena de quatro a oito anos de prisão por fraudes com criptomoedas.

O CriptoFácil entrou em contato com a Braiscompany para ouvir a empresa, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O texto será atualizado caso a empresa se posicione.

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.