Foto: Unsplash
Uma disputa territorial entre grupos de investidores em criptomoeda de Cabo Frio pode ter motivado a execução do day trader Wesley Pessano. O investidor de 19 anos foi morto na última quarta-feira (4) em São Pedro da Aldeia, município vizinho de Cabo Frio.
De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, esta é a principal linha de investigação a ser seguida. Contudo, outras duas hipóteses ainda não foram descartadas.
A primeira é de queima de arquivo e a segunda hipótese é a de que Pessano teria causado prejuízo a algum investidor. Entretanto, nada foi confirmado pela polícia:
“Não sabemos se ele devia a alguém, se ele estava envolvido com algo ilegal. O que é fato: ele estava com um carro de luxo e com um cordão de ouro. Se alguém foi para matá-lo, eles aproveitaram e levaram o cordão que estava no pescoço da vítima”, disse o delegado Milton Siqueira Júnior, titular da 125ª DP.
Vale destacar que, além de fazer operações de day trade na plataforma IQ Option, proibida do Brasil, o influenciador oferecia mentoria para investimentos. Nas redes sociais, ele prometia “liberdade financeira aos 18” e ostentava uma vida luxuosa.
O influenciador digital estava em um Porsche, avaliado em R$ 440 mil, quando foi atingido pelos disparos. O veículo de luxo está em nome da Ares Consultoria e Investimentos, empresa da qual Pessano era sócio.
Para investigar o crime, a polícia criou uma força-tarefa formada pela delegacia de São Pedro da Aldeia, de Cabo Frio, de Armação de Búzios e Iguaba Grande. Os agentes irão investigar os inquéritos envolvendo criptomoedas na região.
A Ares Consultoria, da qual Pessano era sócio, tinha sede em Cabo Frio, onde o empresário vivia há um ano. Atualmente, o site da empresa está fora do ar.
Além disso, no Reclame Aqui, a Ares Consultoria acumula queixas de clientes que alegam ter sido vítimas de um golpe.
Há 22 reclamações sem respostas e alguns clientes acusam a Ares de operar uma pirâmide financeira:
“Não cumpre o contrato. Isso é pirâmide financeira!! Pegaram o dinheiro e não cumpriram o contrato, cuidado!!”.
Nos últimos meses, Cabo Frio registrou três atentados contra empresários do setor que criptomoedas. De acordo com os investigadores, “uma ciranda financeira” está acontecendo no município.
Na verdade, diversas empresas apontadas como pirâmides financeiras têm sede em Cabo Frio. Uma delas é a Black Warrior (BW), que se apresentava como uma corretora financeira com aplicações em Bitcoin.
No final do mês passado, a BW encerrou suas atividades, deixando diversos clientes no prejuízo. Segundo a empresa, as atividades foram encerradas por “força maior” e também devido a uma tentativa de homicídio sofrida por um dos sócios.
A região também tem outra empresa acusada de pirâmide, que oferecia rendimentos de 10% ao mês. Conforme informou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em janeiro, esta empresa pode estar praticando crimes contra a economia popular, tais como pirâmide financeira e esquema ponzi.
Ademais, há ainda a empresa Oregon Enterprises alvo de uma operação da Polícia Civil em abril deste ano. Da mesma forma, a companhia é acusada de operar um esquema de pirâmide financeira com Bitcoin.
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