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CZ da Binance recusa oferta da Alameda para comprar seus tokens FTT

Na segunda-feira (07), o CEO da Binance Changpeng Zhao (CZ) informou que a exchange de criptomoedas venderia todos os seus tokens FTT, da concorrente FTX, em meio a um atrito entre as empresas, no que ele chamou de “gestão de risco”.

Na ocasião, Caroline Elison, CEO da Alameda Research – empresa irmã da FTX – se ofereceu para comprar as participações em FTT da Binance por US$ 22 por token para limitar o impacto da liquidação no mercado. No momento da escrita desta matéria, o FTT está custando US$ 16,97 (R$ 88,60), após recuar mais de 23% nas últimas 24 horas.

Mas CZ recusou a proposta de Elison. Em resposta a uma pessoa no Twitter, o executivo disse que prefere ficar com o “livre mercado”.

Vale destacar que CZ havia dito que não despejaria todos os tokens FTT da Binance no mercado de uma só vez. Em vez disso, o CEO da Binance afirmou que esse processo levaria alguns meses:

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“Devido às condições de mercado e liquidez limitada, esperamos que isso leve alguns meses para ser concluído”, disse CZ na ocasião.

Entenda o caso Binance x FTX

A exchange de criptomoedas FTX está no centro de rumores que afirmam que a plataforma pode estar insolvente. Na verdade, as especulações giram em torno da empresa irmã da FTX, a Alameda Research, que teria uma enorme quantidade de tokens FTT em seu balanço.

No entanto, o CEO da FTX e fundador da Alameda, Sam Bankman-Fried (SBF), negou os rumores. Em sua conta no Twitter, “SBF” afirmou que as especulações são uma tentativa de “perseguição” por parte de uma empresa concorrente. No caso, a Binance.

“Um concorrente está tentando nos perseguir com rumores falsos. A FTX está bem. Os ativos estão bem”, tuitou ele.

Sobre o balanço vazado da Alameda, que mostrou que a empresa detinha R$ 18,6 bilhões em “FTT desbloqueado” e R$ 10,9 bilhões em “garantia de FTT”, Ellison afirmou que o documento estava apenas parcialmente completo. Ou seja, não incluiu bilhões de dólares em outros ativos.

CZ nega perseguição

Apesar de SBF afirmar que o caso se trata de uma “perseguição”, CZ rejeitou essa ideia. Em sua conta no Twitter, o CEO da Binance explicou que não “orquestrou” tudo isso como muitos afirmam:

“Houve perguntas sobre um grande depósito de FTT (US$ 580 milhões) para a Binance, e fomos transparentes sobre o fato de estarmos fechando nossa posição de FTT”, tuitou. “O fato de ter provocado tais níveis de ‘discussões’ foi surpreendente. Também havia teorias da conspiração de que de alguma forma eu orquestrei essa coisa toda. Se você ler esta thread, você apreciaria que ninguém pode orquestrar isso”, completou.

A thread que CZ se referiu foi publicada pelo analista Miles Deutscher. Ele escreveu que, embora SBF da FTX parecesse invencível, “salvando” muitas empresas de cripto no colapso do mercado após a derrocada de Terra (LUNA), as coisas mudaram quando o CEO da Alameda, Sam Trabucco, renunciou de forma repentina e quando o presidente da FTX, Brett Harrison, deixou o cargo em setembro.

Conforme destacou Deutscher, essas renúncias ocorreram pouco antes de ser revelado que a FTX estava enfrentando alguns problemas legais na forma de uma investigação do regulador de valores mobiliários.

SBF teria interesses políticos

Segundo o analista, o CEO da FTX tem “interesses políticos no coração” e isso fica claro com suas doações políticas. Além disso, Deutscher ressaltou que SBF demonstrou apoio a um projeto de lei que poderia representar ameaças significativas ao setor de DeFi.

“O sentimento mudou quando as pessoas perceberam que suas intenções podem ser diferentes do que se pensava antes. Essa mudança de sentimento foi o precursor do que estava por vir e um dos principais contribuintes por trás da gravidade do recente FUD”, explicou.

Então, o analista disse que o vazamento do balanço da Alameda que mostrou que a empresa tem uma enorme quantidade de FTT foi a “gota d’água” para o FUD atual e para a queda de preço do token FTT. O ativo digital acumula uma desvalorização de 35% nos últimos sete dias e 23% nas últimas 24 horas.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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