Categorias Notícias

Criptomoedas são instrumentos financeiros mais usado em fraudes, revela CVM

Uma pesquisa recente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) revelou que as criptomoedas são o produto de investimento mais usado em fraudes no Brasil. Mais de 43% dos entrevistados pela CVM mencionaram que foram vítimas de golpes financeiros com moedas digitais.

Em seguida, aparecem os demais mercados, como Forex (29,8%), opções binárias (16,9%) e ações (15,2%). 

O estudo em questão foi realizado pelo Centro de Estudos Comportamentais e Pesquisas (CECOP) da CVM. Entre junho e julho de 2020, o CECOP entrevistou 1.002 pessoas. Dessas, 178 afirmaram ser vítimas de fraudes financeiras.

Vítimas de golpes com criptomoedas

De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira (15) pela CVM, as vítimas de golpes com moedas digitais mencionaram o entusiasmo por sua proposta inovadora, disruptiva e revolucionária. Os entrevistados também destacaram que os criptoativos são uma boa alternativa para diversificar o portfólio.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Além disso, citaram que as principais características para investir nesse mercado foram: escassez, valorização, rentabilidade, segurança e não rastreabilidade.

No que diz respeito aos esquemas de que foram vítimas, os entrevistados disseram que eles ofereciam uma solução prática para a necessidade de acompanhar o mercado para ter ganhos financeiros.

Ademais, alguns mencionaram que os golpes transformaram o dinheiro investido em Bitcoin em uma moeda própria de menor valor.

Um dos casos mais famosos em que isso aconteceu foi com a suposta pirâmide financeira BWA. Após lesar inúmeros investidores, a empresa lançou um token chamado BWACoin para pagar os prejuízos.

Outra empresa que fez o mesmo foi a Genbit, com o Treep Token (TPK). Em ambos os casos, a criptomoeda não tinha valor algum. 

Perfil das vítimas de fraudes financeiras

Ainda segundo a pesquisa, o público que cai em golpes financeiros é composto, geralmente, por homens (91%) com idade entre 30 e 39 anos (36,5%). A renda familiar mensal das vítimas está entre 2 e 5 salários-mínimos (23%) e 38% possuem pós-graduação. 

“Os resultados sugerem que os participantes não vítimas de fraudes financeiras possuem um portfólio mais refinado e diversificado de investimentos que as vítimas de fraude. Quem não caiu em golpes investe mais em ações, fundos de investimento, FII, previdência privada, CDB, LCI/LCA. Em contrapartida, as vítimas investiam mais, proporcionalmente, em poupança, criptomoedas e startups”, disse a CVM.

Principais meios de divulgação e valor perdidos

O meio de divulgação de fraude mais citado entre os entrevistados foi o Whatsapp (27,5%). Em seguida, vem a divulgação boca-a-boca pessoalmente (19,7%) e e-mail e ligação telefônica (12,4% cada). 

Já no que diz respeito aos valores perdidos com os golpes, os resultados foram variados. Entretanto, em geral, 22,5% das vítimas investiram entre R$10.000,01 e R$50.000,00. Outros 21,3% aplicaram entre R$1.000.01 e R$5.000,01.

Os entrevistados apontaram ainda quais aspectos contribuíram para que caíssem nos golpes. As respostas mais frequentes foram:

  • Aparência do site transmitindo confiança (39,9%);
  • Outros familiares/amigos já haviam feito o investimento (38,8%);
  • Bom atendimento por parte dos profissionais (35,4%)
  • Pequeno investimento exigido (30,9%)
  • Desconhecimento da modalidade do golpe (24,7%).

“A confiança em terceiros e elementos de credibilidade, como aparência profissional de sites, são fatores muitas vezes decisivos para os aportes, juntamente com uma personalidade do investidor voltada mais ao risco, ao interesse por fugir do tradicional e a testar produtos inovadores”, destacam os autores do estudo, Isabella Pereira (psicóloga do CECOP/CVM) e Bruno Bruno (analista da CVM).

Leia também: Magazine Luíza adquire Kabum! por R$ 1 bilhão e ações disparam 

Leia também: Homem morre e deixa R$ 11 bilhões em Bitcoin sem informar senha

Leia também: Campeonatos de Axie Infinity darão mais de R$ 700 mil em prêmios

Compartilhar
Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

This website uses cookies.