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Criptomoedas não ajudarão Rússia a driblar sanções, dizem especialistas

Desde que invadiu a Ucrânia, a Rússia começou a sofrer diversas sanções econômicas. Diante disso, começou-se a levantar a possibilidade de o país usar criptomoedas como o Bitcoin para driblar essas sanções.

Contudo, para especialistas de criptomoedas, os ativos digitais por si só não permitirão que a Rússia contorne essas limitações. Isso porque o sistema financeiro do país está fortemente ligado ao dólar.

Sanções à Moscou

Para conter os avanços de Putin, Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e Canadá anunciaram nesta semana novas sanções. As nações visaram principalmente o banco central do país e o fundo nacional de riqueza.

Antes disso, os EUA e seus aliados já haviam retirado alguns bancos russos da rede de mensagens seguras usada para transações internacionais, a SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais).

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Como resultado, o rublo despencou, sendo desbancado inclusive pelo Bitcoin. Além disso, a taxa de juros disparou no país e a bolsa de valores permaneceu fechada.

Embora alguns defendam o uso de ativos digitais para fugir das sanções, especialistas disseram à Al Jazeera que o caso da Rússia é diferente de outros países que usam essa alternativa.

Isso porque a Rússia tem menos espaço de manobra devido à escala do golpe econômico. Ao mesmo tempo, a adoção de moedas digitais por parte dos russos é muito limitada.

Criptomoedas ajudarão a Rússia?

De acordo com Ari Redbord, da TRM labs, uma empresa de inteligência blockchain, a Rússia está profundamente enraizada no sistema financeiro global há décadas, diferentemente de países como Coreia do Norte, Venezuela e Irã que usam ativos digitais para driblar sanções.

Segundo Redbord, 80% das transações diárias de câmbio e metade do comércio internacional russo são realizados em dólares.

“É muito difícil mover grandes quantidades de criptomoedas e convertê-las em moeda utilizável. A Rússia não pode usar criptomoedas para substituir as centenas de bilhões de dólares que podem ser potencialmente bloqueados ou congelados”, disse.

Outro fato que está contra a Rússia nesse sentido é a transparência da blockchain, tecnologia por trás das criptomoedas.

Conforme destacou Roman Bieda, chefe de investigações de fraude da empresa de blockchain Coinfirm, embora os sancionadores não possam saber quem é o proprietário do endereço que envia a criptomoeda, eles podem ver o volume do fluxo. Ou seja, conseguem rastrear a quantidade de dinheiro que é movida.

Assim, depois que um endereço suspeito é identificado, os endereços podem ser bloqueados por exchanges. Além disso, é possível monitorar os fundos.

Mineração de criptomoedas

Outra alternativa para acessar criptomoedas seria por meio da mineração. Afinal, o setor de Petróleo e gás não foi alvo das sanções, embora Shell e BP tenham anunciado que estão retirando seus negócios do país.

Segundo Tom Robinson, cofundador da empresa em blockchain Elliptic, se sanções futuras atingirem o setor, a Rússia poderia usar a energia excedente ou poder de computação para gerar criptomoeda:

“A mineração de criptomoedas permite que eles monetizem suas reservas de energia no mercado global, sem precisar movê-las para fora do país”, disse Robinson.

No entanto, isso provavelmente não seria suficientes para estabilizar a economia russa.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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