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Criadora dos CryptoKitties aplica sanções contra usuários de seus serviços na Rússia

A Dapper Labs, empresa responsável pela criação de jogos e coleções em NFT, aplicou sanções contra contas de cidadãos da Rússia. De acordo com a empresa, a medida faz parte do novo pacote de sanções aplicadas pela União Europeia contra a Rússia.

Como resultado das sanções, a criadora dos CryptoKitties e outras coleções parou de atender todas as contas com conexões com a Rússia. Os clientes da Dapper que tentarem acessar o site através da Rússia não poderão comprar nem vender NFTs, por exemplo.

Entretanto, os usuários russos que possuem contas ainda poderão acessar e visualizar seus tokens não fungíveis (NFTs). Só que não poderão fazer quaisquer outras operações utilizando os tokens.

Seguindo a legislação da União Europeia

Há alguns dias, a União Europeia aplicou um novo pacote de sanções contra a Rússia – o oitavo desde o início da guerra há sete meses. As novas sanções incluem várias restrições, incluindo proibições de exportação de vários produtos.

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Além disso, o pacote é o primeiro a tratar nominalmente das criptomoedas. Dessa forma, as sanções proibem todas as transações de criptoativos entre russos e fornecedores de carteiras europeus. Ou seja, nenhum cidadão ou empresa da União Europeia pode comprar criptoativos de russos.

“As proibições existentes sobre criptoativos foram reforçadas com a proibição de todas as carteiras, contas ou serviços de custódia de criptoativos, independentemente do valor da carteira”, afirmou a Comissão Europeia.

Com isso, as sanções também falam sobre criptomoedas e NFTs. Por isso, a Dapper Labs suspendeu os usuários russos de vender, comprar ou presentear qualquer um de seus colecionáveis ​​digitais (conhecidos como “Moments”) em todos os Dapper Sports.

Os cidadãos russos também não podem sacar criptomoedas e NFTs da Dapper para suas carteiras nem podem comprá-los na plataforma.

“Nosso parceiro de serviços de processamento de pagamento e valor armazenado está sujeito aos regulamentos da UE, e nos orientou a agir em todas as contas detidas por aqueles afetados pelas restrições de 6 de outubro, de acordo com a lei da UE”, explicou a entidade.

No entanto, o Dapper Labs não encerrou as contas, pois os clientes russos podem acessar seus NFTs, já que os itens colecionáveis ​​adquiridos anteriormente ainda pertencem a eles.

A empresa revelou que monitora de perto a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as ações dos reguladores globais. Nesse sentido, a Dapper afirmou que pode anunciar restrições adicionais no futuro, conforme os países ocidentais tomem novas medidas.

Criminosos de guerra russos e criptomoedas

Quase um mês atrás, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou contas de criptomoedas baseadas na Rússia. Foram cinco endereços sancionados, todos pertencentes ao grupo paramilitar russo Task Force Rusich.

De acordo com as autoridades estadunidenses, o grupo cometeu atrocidades de guerra contra soldados na Ucrânia. O Tesouro também acusou o Task Force Rusich de financiar seus atos de guerra por meio de ativos digitais.

O Departamento do Tesouro dos EUA prometeu continuar ajudando os esforços da Ucrânia no conflito militar. Além disso, prometeu e enfraquecer as forças da Rússia de todas as maneiras possíveis.

“À medida que a Ucrânia avança na defesa de sua liberdade, hoje estamos tomando medidas para degradar ainda mais a capacidade da Rússia de reconstruir suas forças armadas. Queremos responsabilizar os perpetradores da violência e isolar financeiramente (Vladimir) Putin”.

Contudo, as sanções da Dapper reacendem o debate sobre descentralização. Afinal, se uma plataforma de NFTs pode censurar alguma parte, o que garante a isonomia dessa plataforma? E mais: como garantir que a censura não será utilizada para fins menos nobres, como silenciar opositores?

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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