Criador do Hotmail acredita que as criptomoedas não passam de fraudes especulativas

O criador do Hotmail, Sabeer Bhatia, atacou o Bitcoin e as criptomoedas em recente entrevista para a agência de notícias Arabian Business. Segundo ele, tudo que há no universo das criptomoedas não passa de especulação sobre aplicações futuras que, na verdade, não produziram nada e que, portanto, operam uma fraude. Para ilustrar seu ponto de vista, Bhatia usou como exemplo a IOTA que, para ele, é muito boa para ser verdade.

Muitos analistas têm comparado a revolução que será orquestrada pela dupla cripto/blockchain com a revolução que massificou a internet e inseriu a tecnologia virtual no cotidiano da sociedade. Bhatia, que vendeu o Hotmail para a Microsoft no fim dos anos 90 por cerca de US$400 milhões, foi um dos grande atores nesta primeira revolução, no entanto, ao contrário da transformação da qual participou, ele acredita que as criptomoedas não mostram como seu campo de atuação pode ser viável.

“O Pets.com e o Books.com eram versões de plataformas de e-commerce que estão crescendo apenas hoje. Houve [erros] naquela época, mas, adivinhe, estamos fazendo tudo online hoje. Eles estavam certos, mas eles nasceram muito cedo para sua época e não tinham o poder que vemos hoje na Amazon. Esses portais falharam mas tentaram escolher um caminho e queriam ser a solução para esse segmento. Não há nada de errado com isso”, disse.

Bhatia então acrescenta que:

“Há um token chamado IOTA, que é baseado na Internet-of-Things. Mas eles não venderam um único dispositivo para ninguém. A idéia é: ‘No futuro, um dispositivo de IoT poderá falar com outro dispositivo de IoT e resolver qualquer transação financeira entre eles usando blockchain’. Essa é a ideia. E embora nunca tenha sido implementada, a ideia vale US$15 bilhões? Mesmo? Os valores são inteiramente especulativos”, conclui.

Ele argumentou que, embora a tecnologia blockchain possa ter benefícios para a liquidação transfronteiriça, muitos investidores provavelmente perderão dinheiro investindo em uma classe de ativos “boa demais para ser verdade” e, na opinião dele, não cria valor para a sociedade.