Contratos futuros: uma nova forma de manipular o preço do Bitcoin?

Os acontecimentos da última semana, nos quais o Bitcoin experimentou uma forte queda que chegou a 40% do valor da moeda, levaram a uma grande indagação: os investidores de Wall Street podem manipular os mercados de criptomoedas através dos contratos futuros de Bitcoin? Com base na queda nos mercados durante a semana de 15 de janeiro, a resposta dessa pergunta pode parecer um retumbante “sim“.

Durante o movimento de queda, houve uma certa brincadeira na Reddit de que o pânico no mercado terminaria na quarta-feira, 17 de janeiro às 4:00 da tarde, quando os mercados fecharam os primeiros contratos de futuros do Bitcoin no CBOE, os quais expiraram em cerca de US$ 10.900 por Bitcoin. Havia até uma contagem regressiva postada por um usuário do Reddit. Enquanto o preço do Bitcoin não se recuperou imediatamente, a maioria das altcoins começou a se recuperar horas depois que os contratos futuros expiraram.

Estratégia dos mercados futuros

Muitos investidores institucionais podem ser espertos o suficiente para usar os contratos de futuros e causar uma queda no preço da Bitcoin, aproveitando a baixa para comprar mais, disparando de stop-loss em níveis de suporte para diminuir o preço e causa a impressão de que tudo foi um acidente. Isso gealmente assusta os investidores novatos, os quais vendem precipitadamente a moeda, pensando assim que se livraram de uma perda total. Ao tomar essa estratégia, os investidores de Wall Street estão estrategicamente pressionando o preço para voltar a entrar em níveis muito baixos e, dessa forma, comprar na baixa, tornando a fazer o preço subir, muitas vezes para níveis maiores do que os anteriores. Então, assumindo, colecione lucros e repita o ciclo, aumentando os lucros cada vez que o Bitcoin aumenta e cai. É o movimento de mercado da compra na baixa para vender na alta, muito conhecido pelos investidores mais experimentados.

Unidos: Nós caímos e levantamos juntos

Curiosamente, o mercado de criptomoedas parece subir e cair simultaneamente com as altcoins. É uma questão sistêmica que causa esse aumento harmonioso e queda dos preços nas exchanges? A resposta é um pouco difusa, mas existem vários fatores em jogo.

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A maioria das exchanges do mercado usa Bitcoin como a criptomoeda de troca universal, o que praticamente obriga muitos investidores a comprar e a vender o Bitcoin para entrar no mercado de altcoins. Quando o Bitcoin começa a cair no mercado, geralmente a cotação de muitas altcoins também caem, motivados pelos investidores que estão liquidando suas posições em Bitcoin, e vice-versa. Também é sistêmica porque a maioria das exchanges exige o uso de Bitcoin ao invés de moeda fiduciária. É fácil investir moeda fiduciária no mercado e, em seguida, deixar lá como um investidor que negocia a longo prazo; nesse caso, negociando de uma criptomoeda para outra e não retornando à moeda fiduciária.

Além disso, quando o preço do Bitcoin cai ou aumenta em relação a moeda fiduciária, todas as altcoins geralmente seguirão a tendência. Isso ocorre porque todos os preços de altcoins são baseados na taxa de câmbio de Bitcoin, e não na taxa de câmbio de moeda fiat. O valor de uma altcoin em moeda fiat é o valor da altcoin em Bitcoin e, em seguida, o valor de Bitcoin na moeda fiat. Portanto, é o Bitcoin, e não as altcoins, que afeta fortemente os preços de mercado.

Com grande parte do mercado ligado ao Bitcoin, torna mais fácil para os contratos futuros baseados na criptomoeda manipularem todo o mercado, porque não é o valor das altcoins separadamente, mas sim o valor das altcoins em relação ao valor do Bitcoin.

O próximo teste decisivo está chegando nesta sexta-feira, 26 de janeiro, quando os contratos de futuros em Bitcoin da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) deverão expirar. Dado que o mercado de criptomoedas está se recuperando, é provável que os contratos possam causar uma nova manipulação dos preços, ou não. Só o fechamento do mercado dirá.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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