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Contratos futuros de Bitcoin podem impulsionar rebaixamento na classificação de bancos

As negociações de mercados futuros de Bitcoin foram introduzidas há poucos meses, mas seus crescentes volumes já estão causando vários impactos no mercado financeiro. E as maiores agências de classificação de risco do mundo já estão de olho nesse volume.

Segundo a publicação Risk.com, especializada em finanças, as três maiores agências de classificação do mundo – Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch – expressaram preocupação com os volumes de contratos futuros do ativo digital, que atualmente é negociados nas principais bolsas de Chicago, a CBOE e a CME.

O volume nesses mercados cresceu de forma constante desde o lançamento dos contratos, em dezembro, e o volume combinado de futuros de bitcoin ultrapassou US$670 milhões durante um único pregão. Esse volume crescente ajudou a dar legitimidade à essa classe de ativos, mas as agências de classificação de risco temem que os bancos estejam assumindo riscos de crédito desnecessários.

Embora as chances disso ocorrer ainda sejam muito baixas, as agências de classificação de risco afirmaram que, devido à volatilidade do preço do Bitcoin, elas podem rebaixar a nota de risco dos bancos que liquidam futuros desse ativo para seus clientes.

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“[O impacto sobre as notas] é algo que achamos que não seja totalmente apreciado pelo mercado e, por isso, algo que garanta o monitoramento daqui para frente”, disse. Nathan Flanders, diretor global de instituições financeiras não bancárias da Fitch Ratings. “Se as consequências das negociações aumentarem, isso também vai aumentar nosso diálogo com os bancos.”

Flanders adicionou:

“Embora os bancos estejam dizendo que não estão diretamente envolvidos no comércio de ativos digitais como agentes de compensação, eles têm alguma exposição indireta a esses ativos, quer gostem ou não.”

As agências de classificação atribuem classificações de crédito – notas dentro de um ranking, compostas por letras e classificações positivas (+) ou negativas (-) – aos bancos para avaliar o risco de inadimplência em suas dívidas. Os bancos cujas classificações são rebaixadas podem ter mais dificuldade em obter acesso a financiamento e também podem enfrentar exigências de garantias maiores, limitando a quantidade de crédito que pode ser concedida a seus clientes.

Essa visão hostil em relação aos futuros do Bitcoin não é isolada para a Fitch. Ana Arsov, diretora administrativa da Moody’s, disse que a agência considerará uma operação de compensação de futuros de Bitcoin como “negativação de crédito” ao decidir sobre a classificação de um banco, embora esse risco não seja grande o suficiente para ter um impacto significativo.

“Se um banco estabelecesse base muito grande de negócios em ativos digitais, isso seria um crédito negativo. Como acontece com qualquer classe de ativos, se houver uma nova concentração de risco que consideremos inadequada, isso pode gerar uma pressão para um rebaixamento de nota. No entanto, não vemos esse risco como iminente.”

Thierry Grunspan, diretor de ratings de instituições financeiras globais da Standard & Poor’s, concordou com essas avaliações, embora tenha enfatizado que o risco era “muito remoto, por enquanto.”

“Para os membros que negociam ativos digitais, há claramente um efeito direto”, disse ele. “Se os volumes explodirem, isso significa que alguns de seus clientes de hedge funds estão negociando pesadamente, por isso está colocando algum risco extra em seus ombros. Trata-se de uma conexão direta.”

Mas, embora remotos por enquanto, esses riscos podem se tornar mais pertinentes à medida que mais empresas lançam produtos derivados de ativos digitais, o que pode levar a mais incertezas dentro do mercado – e a uma maior cautela dos bancos ao se alavancarem nesses investimentos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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