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Conheça o excêntrico casal preso acusado de executar o ataque hacker contra a Bitfinex

Em 3 de agosto de 2016, quase 120 mil Bitcoins (BTC) foram roubados da exchange Bitfinex. O ataque foi um dos maiores roubos na história das criptomoedas, mas na época valia apenas US$ 71 milhões. Hoje, esses BTC valem US$ 4,5 bilhões.

Conforme noticiou o CriptoFácil, 80% deste valor, cerca de 94 mil BTC, foi recuperado na terça-feira (8) pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ). Ao mesmo tempo, o casal Ilya Lichtenstein e Heather Morgan foram presos e acusados de executar o roubo.

Após a prisão, diversas informações sobre a vida do casal começaram a ser divulgadas, revelando uma certa aura de excentricidade. Mas quem é este casal e quais são os fatos mais curiosos a respeito deles? É o que você descobrirá agora

Hackers celebridades

Em primeiro lugar, tanto Lichtenstein quanto Morgan já possuíam envolvimento prévio com tecnologia. Lichtenstein foi cofundador da MixRank, startup especializada em análise de dados. De acordo com a descrição da empresa, seu foco era a automatização da geração de leads para outras plataformas.

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Por outro lado, Morgan era copywriter, ou seja, escrevia textos. Parte dos seus textos eram publicados no site da prestigiada revista Forbes, título que ela ostenta em sua conta no Twitter.

Ela também era palestrante em eventos da área de ciber-segurança. Não deixa de ser uma ironia que a suspeita de um dos maiores ataques hacker da história ensinasse como proteger sistemas.

Em 2019, Morgan deu uma palestra intitulada “Como Entrar em Qualquer Lugar com Engenharia Social”. Esta palestra trouxe uma série de estratégias realizadas por ela mesma. Por exemplo, Morgan expôs como conseguiu entrar numa área restrita no Egito convencendo o guarda a acompanhá-la.

Carreira musical

No entanto, a maior surpresa no que se refere a Morgan é que ela exercia a função de rapper nas horas vagas. Morgan ostentava o nome artístico de Razzelkhan e até possuía um site com suas músicas. Uma delas se chama Crocodile of Wall Street e faz críticas ao centro do mercado financeiro americano.

A conta de Morgan no Twitter possui apenas 23,6 mil seguidores, mas já conta com o selo de verificação da rede social.

Seus clipes são um misto de críticas e ostentação que combinam com o status de rapper mais rica do mundo, mas destoam da imagem comumente associada aos hackers. A última publicação de Morgan no Twitter foi da música Bleeding Buckets, lançada em 2020.

Detalhes sobre a prisão

A prisão do casal ocorreu após o DoJ rastrear uma série de transações realizadas com o objetivo de praticar lavagem nos fundos roubados. Essas transações – 23 no total – ocorreram em 31 de janeiro e movimentaram exatamente os 94 mil BTC apreendidos na operação.

Só que o mais impressionante foi o detalhe trivial que entregou o casal. Segundo o DoJ, Lichtenstein e Morgan foram pegos ao tentar comprar vale-presentes utilizando BTC. De forma ainda mais surreal, ambos utilizaram seus verdadeiros documentos de identificação.

Dessa forma, as autoridades do DoJ emitiram mandatos de busca e apreensão na casa dos mesmos. E os equipamentos verificados entregaram tudo. Lá haviam desde potenciais documentos de passaporte falsos até as listas de exchanges utilizada nas operações.

Mas esses dados não seriam suficientes para apreender os BTC roubados, já que isso demanda a posse da chave privada das carteiras. E foi aí que o casal cometeu um erro de segurança inacreditável: deixar as chaves privadas salvas em um servidor de armazenamento em nuvem.

Ao descobrir a empresa provedora do servidor – que é americana – o DoJ obteve acessos às contas dos dois. Com isso encontraram as chaves privadas, obtendo acesso total aos BTC roubados.

O casal chegou a conseguir autorização para sair da cadeia mediante pagamento de uma fiança, mas um juiz de Washington revogou a decisão.

“Os réus são criminosos cibernéticos sofisticados e lavadores de dinheiro que apresentam um sério risco de fuga”, disse o juiz na decisão.

Embora a maioria dos fundos roubados tenha sido apreendida, restam cerca de 25 mil BTC ainda desaparecidos. O DoJ acredita que o casal ainda controla cerca de 7.506 Bitcoins, avaliados em mais de US$ 328 milhões.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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