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Comunidade da Decred permite que mais de R$ 500 mil sejam investidos no Brasil

A Decred é uma altcoin cujos entusiastas são atraídos pelo sistema híbrido, dividido em prova de trabalho e prova de participação, tido pelos seus investidores como um modelo mais seguro do que a rede Bitcoin.

Uma das maiores comunidades da Decred se encontra no Brasil, com muitos entusiastas votando ativamente nas propostas da empresa por meio do sistema Politeia, onde propostas são apresentadas e votadas por meio de tickets obtidos acumulando a altcoin.

Um dos mais recentes projetos aprovados tem a ver com o Brasil, e por meio dele mais de R$ 500 mil foram separados da tesouraria do projeto para investir em marketing no país, tendo a comunidade brasileira da Decred um grande peso no resultado.

Todos podem votar

Para ter um ticket com poder de voto na Politeia, é preciso acumular cerca de 130 DCR, que em Reais (considerando a cotação da Decred e do dólar no momento da escrita desta matéria) custa cerca de R$ 7.300,00 investidos.

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Contudo, um desenvolvedor brasileiro criou um mecanismo para tornar a rede ainda mais democrática. Uma proposta sugerida por Matheus Degiovani criou o split ticket: usuários da rede fazem uma “vaquinha” para integrar um ticket, e o voto da maioria dos integrantes da vaquinha forma o voto do ticket.

Para entender melhor sobre a proposta de investimento em marketing no Brasil, o CriptoFácil conversou com Emilio Mann, frente da comunidade da Decred no país. Mann começa explicando sobre de onde vem o dinheiro:

“Os investidores que possuem tickets, conhecidos por stakeholders, decidem o futuro da moeda através de votações realizadas dentro e também fora da blockchain. Ela também se autofinancia. 10% das moedas mineradas nos blocos, sao automaticamente direcionadas para o tesouro. E esse tesouro é usado para os investimentos em marketing, design, pagamento dos devs, etc. Esse auto financiamento foi criado para que nunca os devs fiquem dependentes de algum grupo de financiadores que possam influenciar o desenvolvimento.”

A proposta

O CriptoFácil perguntou ainda se Mann estava otimista ao submeter a proposta à comunidade da Decred, tendo o mesmo respondido:

“Eu sinceramente sempre fui otimista pelo trabalho que sempre fizemos no Brasil. Alguns críticos na Politeia diziam que eu deveria abaixar o valor pedido, mas isso obviamente impactaria no resultado do trabalho. Na realidade, essa verba sempre foi direcionada ao Brasil desde 2017, a diferença é que antes as despesas no mundo todo estavam centralizadas nas mãos de uma única pessoa. Era preciso pedir para participarmos ou patrocinarmos um evento. A partir de agora, os investimentos em marketing, eventos e desenvolvimento das comunidades locais, serão todos administrados por um representante local.”

A proposta recebeu um total de 13.603 votos, com 8.916 solicitando a aprovação (65,5%) enquanto 4.687 (34,5%) pediram sua rejeição. O valor solicitado, conforme ressaltado por Mann, chamou atenção. Foi solicitado um valor de US$ 120 mil (pouco mais de R$ 600 mil), tendo o usuário Praxis feito uma comparação pertinente nos comentários:

“Oi Emilio, obrigado por submeter sua proposta. Minha reação inicial foi: ‘wow, é ousado pedir duas vezes mais para um único país o que a proposta para toda a América Latina pediu, e quase três vezes mais do que a proposta europeia. Considere também que a proposta europeia foi rejeitada ao pedir US$ 50 mil (para todo o continente europeu, e também contava com membros conhecidos, como karamble hain). Como acionista, eu espero uma evidência extraordinária para provar porque tal quantia é justificada.

Para fins de comparação, você pede US$ 125 mil para um único país, enquanto a exchange descentralizada, um dos projetos mais centrais para todo o ecossistema da Decred, pediu um valor entre US$ 100 mil e US$ 250 mil. Algo parece errado.”

Mann justificou que a comunidade da Decred no Brasil é a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas da comunidade dos Estados Unidos. Ele também respondeu aos pontos levantados por Praxis:

“Se você observar, verá que a proposta da América Latina é para seis meses, totalizando US$ 144 mil ao ano. A proposta brasileira envolve as despesas já de março, como a Campus Party Amazônia, consequentemente totalizando 10 meses – uma projeção máxima de US$ 125 mil para o ano. Conforme dito, o Brasil tem cerca de 40% da população de toda a América Latina, e quase o mesmo território que todos os países somados.

Além disso, entre os estados brasileiros existem grandes diferenças culturais e étnicas que não existem ou são pequenas entre os países hispânicos. Por exemplo, o estado da Bahia é praticamente um país africano dentro do Brasil. A Amazônia é como um país de descendentes indígenas, e existem mais japoneses em São Paulo do que em qualquer lugar do mundo. Santa Catarina parece uma pequena Alemanha. Paraná é conhecido como ‘a Rússia brasileira’, e existem diversos outros exemplos. Apenas aqueles que estiveram aqui e conhecem de norte a sul sabem das diferenças. Nós somos vários países dentro de um país.

Sobre a proposta europeia, na minha humilde opinião, ela possui pontos de falha. A falta de detalhamento para o valor requerido, além de outras coisas, é insuficiente até mesmo para as pessoas trabalhando nos projetos, mas eu acredito que se ela for feita de forma mais cuidadosa, será bem sucedida.”

É importante ressaltar ainda que o remanescente do valor disponibilizado para ser investido, ao fim do período, é devolvido à tesouraria. Desta forma, a disponibilização do valor não implica no gasto indevido de todo o montante.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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